Professores aprovam a nova data do Enem
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) já tem data para acontecer: janeiro e fevereiro de 2021. O anúncio foi feito ontem pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela realização do exame e ligado ao Ministério da Educação (MEC).
As datas – 17 e 24 de janeiro (versão impressa) e 31 de janeiro e 7 de fevereiro (aplicação digital) – foram aprovadas por professores de cursinhos ouvidos pela reportagem e pelo secretário de Estado da Educação, Vitor de Angelo.
Eles afirmam que as datas definidas não prejudicarão o calendário acadêmico das faculdades.
O Enem, que normalmente acontece em novembro, precisou ser adiado este ano devido à pandemia de Covid-19.
Em junho, o Inep lançou uma enquete para que os candidatos pudessem escolher uma nova data. Entre as opções, havia dezembro, janeiro e maio. A data escolhida pela maioria foi maio, mas, apesar da preferência, o cronograma teve de ser articulado com entidades e universidades.
Luta para estudar de graça
A universitária Natiele Ripardo, 21 anos, cursa Medicina Veterinária com bolsa parcial de 50% pelo Programa Universidade para Todos (Prouni). Ela quer tentar a bolsa 100% no segundo semestre, mas caso não consiga, vai tentar o Enem novamente. “Escolhi janeiro. Além do tempo para estudar, não irá interferir tanto no calendário de 2021”.
Para Vitor de Angelo, apesar de o Estado ainda não ter uma data definida para o término do ano letivo, as novas datas não prejudicarão os alunos de escolas públicas.
“As datas foram debatidas com o Conselho Nacional de Secretários de Educação e a posição foi favorável. Dezembro seria muito cedo, e maio complicaria, porque o Enem é a primeira etapa de um processo longo, que envolve o Sistema de Seleção Unificada e o Programa de Financiamento Estudantil”, disse.
O professor de Redação Renan Andrade afirmou que janeiro é a data mais “sensata” porque dá aos alunos uma oportunidade de melhor preparação. “Os estudantes terão chance de fixar o conteúdo”.
Diretor do Pré-Vestibular Homero Massena, Diego Matheus avaliou que a data escolhida seria de conciliação para atender as demandas de todos os grupos.
A professora de Língua Portuguesa Aurélia Pedroni ressaltou que a nova data foi a escolha mais acertada, mas que as algumas instituições precisarão de estratégias para dar conta dos conteúdos.
Já o diretor da Gama Ensino, Nilton Sagrilo, afirmou que, para os alunos de rede pública, a data ideal seria maio. “A melhor estratégia agora para todos os alunos é estudar os conteúdos em que têm maior dificuldade”, orientou.
Risco de desigualdade
A nova data do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pode ser preocupante, principalmente, para alunos da rede pública, segundo especialistas em educação.
Especialista em Avaliação de Sistemas Educacionais, Edebrande Cavalieri afirmou que a pandemia agravou ainda mais a situação de desigualdade dos alunos de rede pública. Ele diz que o tempo sem aula prejudica os alunos.
“A situação política em torno do Ministério da Educação piora ainda mais. O aluno da rede pública está entregue à própria sorte”.
Para a doutora em Educação Edna Tavares, os estudantes, de modo geral, estão sentindo dificuldades para a preparação. “O tempo maior poderia atenuar esse problema e contribuir para um melhor preparo”.
Outro assunto em discussão é a não reprovação de alunos. Para Edna, tratar de reprovação ou não, pode ser prematuro.
Já Edebrande diz ser preciso “encontrar mecanismos que compensem o tempo parado”.
SAIBA MAIS
Provas do Enem
> O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano tem 5.783.357 inscritos.
> As novas datas escolhidas para as provas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao Ministério da Educação (MEC), foram: 17 e 24 de janeiro (versão impressa) e 31 de janeiro e 7 de fevereiro (digital).
> Em junho, o Inep lançou uma enquete para que os candidatos escolhessem uma nova data para a aplicação do exame.
> A data escolhida pela maioria foi maio, mas o MEC articulou o cronograma com entidades e universidades, definindo a nova data.
> O MEC afirma que a aplicação do Enem em janeiro e fevereiro não prejudica o calendário das faculdades.
Fonte: MEC.
Comentários