Previsto novo recorde de divórcios no Estado
O isolamento social, necessário para conter a transmissão do novo coronavírus, levou muitos casais a terem um convívio direto por 24 horas. Na China, que passou por situação semelhante, a convivência forçada deixou consequências nos matrimônios.
A mídia chinesa identificou uma corrida aos cartórios por aqueles que não pretendem seguir juntos. Especialistas preveem que o mesmo aconteça no Espírito Santo assim que a crise causada pelo vírus passe, resultando em um recorde de separações.
A advogada de Direito de Família Anne Brito explica que a crise econômica, o medo do desemprego e o isolamento imposto deixem sequelas em muitos casamentos.
“Diante do medo da morte, de perder o emprego, questionamos o que é mais importante nas nossas vidas e casamentos. O que já estava em uma situação ruim, tende a piorar”, disse Anne.
Segundo a advogada, o impacto econômico afeta a população e está entre os cinco maiores motivos de divórcios no Brasil. Além disso, os pequenos atritos que ocorrerão durante a quarentena tendem a ter um peso maior por conta de toda a pressão de uma crise, comentou.
O Espírito Santo já tinha registrado um crescimento de divórcios em 2019, quando mais de 13 mil matrimônios chegaram ao fim. A tendência é que o número fique maior este ano.
“Percebemos ao longo dos anos que, no Estado, as pessoas se divorciam mais do que casam”, disse a advogada Kelly Andrade.
De acordo com a psicanalista Samira Marques, vários outros fatores podem contribuir para o possível recorde. “Muitos casais não têm um diálogo aberto e isso causa problemas no casamento, fazendo com que, mesmo estando juntos, eles acabem por se afastar inconscientemente”, salientou.
Manter um casamento em meio a essa crise é entender que é um período emergencial, mas vai passar, segundo a psicoterapeuta Débora Monteiro. “Esse é um momento de ter paciência, cobrar menos do outro, ter sabedoria e criatividade”.
A advogada Anne Brito esclarece que é preciso cuidado e orientação adequada antes da decisão do divórcio.
“Se questione antes. Será que estou fazendo isso por motivos reais? Ou foi só por pequenas coisas que essa crise fez maior do que realmente é?”, orientou.
Dicas para o casal
Educação e respeito mútuos. A vida em casa será mais complicada nos meses que se seguem, pelo fato que o casal passará mais tempo junto e as individualidades serão abafadas. Por isso, é preciso manter um ambiente de respeito e cordialidade.
Mude a premissa de que “casei para ser feliz” para “casei para fazer feliz”. Se você se posicionar em servir o outro verá que é melhor dar do que receber.
Não adote atitude de negação – “essa crise vai passar rápido”, ou “é só uma gripinha”. Admita e aceite que a crise é grave e podem passar muitos dias e, até mesmo, meses em situação de isoladamente social.
Aceite que não verá presencialmente amigos, parentes, colegas, pai, mãe, etc. Não haverá academia, futebol, massagem. Quanto mais adiar em admitir isso em sua mente, mais frustrações e tensões poderão acontecer.
Mente Sã, corpo são. Mantenha pensamentos positivos, pois as pessoas são reflexo daquilo que sente. Não se concentre em noticiários sensacionalistas, mas abasteça sua mente com notícias positivas de conquistas.
Agora é a hora de ler livros, ver vídeos, assistir a aulas online. São opções que vão acrescentar conhecimento e crescimento ao casal.
Respire fundo e abrace mais. Relaxe e convide seu cônjuge para um longo abraço – no mínimo 40 segundos. O abraço é uma ótima fonte de liberação de oxitocina, um hormônio que é abundante nos bebês na hora da amamentação. Esse abraço proporcionará uma sensação de aconchego, segurança, provisão e amor.
Fonte: Especialistas citados e mentor e coaching financeiro Ricardo Bandini.
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