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Entrevistas Especiais

"Precisamos acabar com o descontrole pela comida", diz psicóloga


Imagem ilustrativa da imagem "Precisamos acabar com o descontrole pela comida", diz psicóloga
Cintia Seabra é psicóloga especialista em compulsão alimentar e emagrecimento. |  Foto: Divulgação

O descontrole alimentar na quarentena tem ligado o sinal de alerta de muitos especialistas. Sentimentos de ansiedade, estresse e medo durante o confinamento, unidos à facilidade de acesso à comida em casa, têm se tornado uma mistura perigosa em uma sociedade que tem mais de 50% da população acima do peso.

De acordo com a psicóloga Cintia Seabra, especialista em compulsão alimentar e emagrecimento, é preciso estar atento ao problema e acabar de vez com o descontrole pela comida.

Para isso, não é preciso seguir dietas mirabolantes e restritivas, mas, sim, identificar o tipo de fome e olhar com mais atenção para quem come e nem tanto para o que a pessoa come.

A Tribuna – Este período de isolamento social, motivado pela Covid-19, pode aumentar o risco de descontrole por comida?

Cintia Seabra – O nosso cérebro faz de tudo para nos tirar de sofrimento, dores, prejuízos, perdas e sacrifícios. Ele quer que a gente se sinta bem, satisfeito, com prazer, com ganho e conforto.
Então, há pessoas que, quando estão em situações desconfortáveis, como a pandemia, por exemplo, usam a comida como recurso para se colocar em uma situação mais confortável. Usam a sensação agradável do comer para anestesiar os desconfortos emocionais.

Com isso, o cérebro entende o comer como uma ação boa, e o incentiva. Mas, quando notar, estará usando isso como subterfúgio. Torna-se uma forma de não entrar em contato com esse desconforto.

Esse comportamento durante o isolamento vai aumentar o número de pessoas identificadas com compulsão alimentar. Estamos passando por um momento traumático no qual vivemos reclusos e confinados. Cada um está sendo forçado, por conta da restrição de espaço, a conviver consigo mesmo e não tem muito para onde fugir.

Então, muitas pessoas que já vinham apresentando questões de base emocional e psicológica podem desencadear nesse período a compulsão. Tem muita gente comendo por tédio, medo, preocupação. Uma ansiedade gerada por esse quadro de incertezas.

O que pode ser gatilho para esse descontrole alimentar?

Cansaço e estresse são dois grandes gatilhos para a fome emocional. É o famoso “eu mereço”.

Vem como uma recompensa para um dia que foi altamente frustrante. A população anda muito cansada e estressada, pelas cobranças. Há várias pessoas, por exemplo, que estão trabalhando muito mais do que antes. Nessa hora, quantos não estão comendo mais também?

O que é fome emocional?

A fome emocional é bem específica. Geralmente, é sentida da cabeça para cima. Aparece de repente. É o famoso “vontade de comer alguma coisa”. É a fome do sorvete, do chocolate, do salgadinho. A pessoa pode ter feito uma refeição bacana. Ainda assim, a fome emocional pode aparecer, de repente.

Já a fome física vem em uma crescente. Aparece depois de quatro a seis horas de uma boa refeição. Vai gradativamente aumentando. É percebida fisicamente no corpo, do pescoço para baixo. O estômago ronca, tem a sensação de vazio, sinais fisiológicos que indicam que é fome.

No caso da compulsão alimentar, a pessoa come quantidades grandiosas, porções fartas. Ela come e fica com a sensação pesada, que comeu demais. Pode ter até mal-estar físico.

Muitas vezes, é marcada pela velocidade com que a pessoa come. É o comer descontrolado. Nem presta atenção no que está comendo, e isso é uma coisa que se repete. Não é como a gula, que é pontual.

Não podemos banalizar a compulsão alimentar. É uma doença que precisa ser tratada especificamente com psicólogos e psiquiatras. Não é, necessariamente, comer menos, mas é prestar atenção no que se come. É comer para nutrir o corpo e não a alma.

Como acabar com esse descontrole por comida?

Precisamos entender o quanto as nossas emoções estão atreladas à comida. Precisamos acabar de vez com o descontrole pela comida. Entender o quanto o que sinto e penso me leva a comer.

A fome emocional aparece, em tempos atuais, com grande proporção, porque as pessoas estão ocupadas demais. Estão tão ocupadas que não prestam atenção em si mesmas.

Há pessoas que estão tão desconectadas de si mesmas que não percebem a vontade de ir ao banheiro, a sede. Acabam passando por cima das próprias necessidades, porque estão extremamente ocupadas, o que favorece a fome emocional e a compulsão alimentar.

Medo pode ativar o distúrbio

O que é compulsão alimentar?
É um transtorno em que a pessoa não tem controle do que está comendo e, muito menos, da quantidade.

O problema pode afetar qualquer pessoa, esteja ela acima do peso ou não.

O sentimento de culpa é o que mais afeta quem sofre com esse transtorno. É caracterizado por uma vontade excessiva de comer muito ou o tempo todo, mesmo que já tenha feito uma boa refeição.

Geralmente, o descontrole pode ser ativado por gatilhos emocionais, como sentimentos de raiva, medo, ansiedade, cansaço, estresse, alegria, entre outros.

Como identificar?
O sintoma mais claro da compulsão alimentar é a necessidade de comer descontroladamente, mesmo sem fome e independente do que irá comer.

É importante considerar a razão que te leva a comer sem controle. Se essa vontade vem porque você passa longas horas sem se alimentar, é fome física. Mas se você sente isso mesmo após estar saciado, pode ser um sinal de fome emocional, que alimenta a compulsão alimentar.

Quando a fome específica surgir, pense nos sentimentos e pensamentos antes de a vontade aparecer.

Fonte: Psicóloga Cintia Seabra.

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