Menino de 11 anos é suspeito de matar padrasto para proteger mãe e irmão

| 12/02/2020, 12:02 12:02 h | Atualizado em 12/02/2020, 13:49

Um menino de 11 anos é suspeito de ter matado a facadas o padrasto na noite de segunda-feira (10) em Campinas, São Paulo, para proteger o irmão de 15 anos e a mãe, de 40, que estariam sendo agredidos.

Segundo a polícia, o padrasto, 43 anos, discutiu com a mulher porque as contas de luz estavam atrasadas e a energia da casa havia sido cortada.

A mãe afirma que, durante a briga, o homem partiu para cima dela. Ao testemunhar a violência, o filho de 15 anos interveio, mas acabou imobilizado pelo padrasto com um mata-leão e agredido com socos no rosto.

Em depoimento à polícia, a mulher afirmou ainda que tentou ajudar o adolescente, e os três acabaram "se embolando". Neste momento, segundo boletim de ocorrência, a criança de 11 anos pegou uma faca na cozinha e atingiu o padrasto duas vezes, sendo um dos golpes no pescoço.

Ainda segundo o boletim de ocorrência, o homem, ferido, abriu a porta da casa e saiu para a rua, no bairro Jardim Novo Mundo, para pedir ajuda. Uma vizinha, que é técnica de enfermagem, tentou ajudar a estancar o sangue até a chegada de um socorrista, mas o homem morreu no local.

A mãe e os dois garotos foram até a delegacia, onde contaram a mesma versão sobre o caso. A criança seria encaminhada à Vara da Infância e da Juventude.

Segundo a polícia, a mulher já havia registrado um boletim de ocorrência de agressão contra o marido, no ano passado. Em depoimento, ela reforçou que o homem era uma pessoa "ciumenta e agressiva".
O Tribunal de Justiça de São Paulo afirmou que não comenta o caso pois ele corre em segredo de Justiça.

Estatuto da Criança

O juiz Iberê Dias, da Vara da Infância e da Juventude de Guarulhos (Grande SP), explicou que, com base no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), menores de 12 anos não podem ser responsabilizados.

"Não posso falar especificamente sobre este caso, mas, de forma genérica, o que esta criança e a família precisam é de um acompanhamento psicossocial", afirmou o magistrado, que não é o juiz responsável por este caso de Campinas.

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