Foto motivou assassinato de Bruno e Dom, diz Ministério Público

Ministério Público Federal denunciou três pessoas pelo assassinato do indigenista e do jornalista

Agência Folhapress | 22/07/2022, 11:19 11:19 h | Atualizado em 22/07/2022, 11:20

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/120000/372x236/inline_00120447_00/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fimg%2Finline%2F120000%2Finline_00120447_00.webp%3Fxid%3D363209&xid=363209 600w, O jornalista Dom e o indigenista Bruno
 

O Ministério Público Federal denunciou três pessoas pelo assassinato do indigenista Bruno Pereira, 41, e do jornalista britânico Dom Phillips, 57, em junho, no Amazonas, nas imediações da terra indígena Vale do Javari.

De acordo com a Procuradoria, foram denunciados por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver Amarildo Oliveira (conhecido como Pelado), Oseney de Oliveira (o Dos Santos) e Jefferson da Silva Lima (o Pelado da Dinha).

Bruno e Dom desapareceram em 5 de junho. Ainda segundo o Ministério Público, a denúncia foi recebida pela Subseção Judiciária Federal de Tabatinga (AM), o que torna os três envolvidos em réus.

O Ministério Público argumenta que Amarildo e Jefferson confessaram os crimes. A participação de Oseney, por sua vez, foi comprovada por depoimentos de testemunhas.

O órgão afirma ainda que já havia registro de desentendimentos entre Bruno e Amarildo por pesca ilegal no território indígena.

"O que motivou os assassinatos foi o fato de Bruno ter pedido para Dom fotografar o barco dos acusados, o que é classificado pelo MPF [Ministério Público] como motivo fútil e pode agravar a pena", diz a Procuradoria, em comunicado.

O Ministério Público também cita que Bruno foi morto com três tiros, sendo um pelas costas, sem possibilidade de defesa, o que também qualifica o crime.

Dom foi morto, segundo o Ministério Público, "apenas por estar com Bruno, de modo a assegurar a impunidade pelo crime anterior".

O assassinato de Bruno e Dom envolveu um grupo de pescadores ilegais, que atuam principalmente com pesca do pirarucu, segundo indícios coletados nas investigações.

O indigenista era um dos responsáveis pelo serviço de vigilância indígena implementado pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).

Esses vigilantes apontavam diariamente a presença de invasores na terra indígena e nas imediações. Foram esses mesmos indígenas que empreenderam as buscas pelos corpos.

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