“Está todo mundo abalado”, diz médico vítima de assalto em Vitória
Crime aconteceu no bairro Ilha do Boi, em Vitória. Um dos bandidos estava armado com uma submetralhadora
A família de um médico legista da Polícia Civil, de 48 anos, passou por momentos de pânico durante um assalto. Ele, a esposa e os três filhos do casal foram rendidos durante quase três horas por dois bandidos armados, dentro da própria casa, em Vitória.
O caso aconteceu por volta de 18h30 da última quinta-feira (04), após a dupla de criminosos conseguir invadir a casa da família que fica na Ilha do Boi, em Vitória.
Assim que entraram, os ladrões foram até o segundo andar da casa, onde estavam o filho de 15 anos e os irmãos gêmeos dele, de 12 anos. Na hora da abordagem, o pai e a mãe não estavam na residência.
“Meus filhos estavam no corredor que dá acesso ao quarto deles, quando foram abordados. Eles contaram que os bandidos estavam agressivos, já imobilizando as crianças”, contou o médico Leonardo Lessa, que também é presidente da Associação dos Médicos.
“Está todo mundo abalado”, Leonardo Lessa, médico
Tentando se recuperar do susto que levou, a família do médico legista que teve a casa invadida por bandidos na última quinta-feira segue abalada.
De acordo com o médico Leonardo Lessa, os filhos dele, um adolescente de 15 anos e os irmãos gêmeos de 12 e a mulher, uma dentista de 45, não passaram a noite bem por conta de toda situação vivida.
“O dano psicológico é muito maior do que o material, sem dúvida. Todos nós estamos abalados”, disse em entrevista à reportagem de A Tribuna, na manhã desta sexta-feira (05).
A Tribuna - Você e sua esposa estavam em casa quando esses bandidos chegaram?
Leonardo - No momento que eles chegaram, só os meus filhos estavam em casa, são três meninos. Um tem 15 anos e os outros dois, que são gêmeos, têm 12 anos.
O que eles disseram para você?
Leonardo - Relataram que os bandidos chegaram de maneira agressiva e mobilizando eles de surpresa, perguntando sobre cofre, onde estavam as joias, exigindo informações sobre a minha esposa, sobre mim, onde nós estávamos.
Isso foi cedo?
Leonardo - Isso. Por volta de 18h30.
E você chegou em casa que horas?
Leonardo - Eu cheguei em casa por volta de 20 horas mais ou menos.
Os bandidos ficaram então 1h30 com seus filhos?
Leonardo - Com os meninos, foi.
Quando o senhor chegou percebeu que estava acontecendo alguma coisa errada?
Leonardo - Não, não. Não percebi nada de diferente, até entrar dentro de casa. Abri a porta e fui rendido por um deles. Ele portava uma metralhadora, aparentemente é caseira.
O que os bandidos falavam?
Leonardo - Eles queriam bens materiais, perguntavam onde é que estava o cofre, onde é que estavam joias, celulares, essas coisas. Não nos agrediram fisicamente, só que nós fomos amarrados.
Como estão seus filhos?
Leonardo - Está todo mundo muito abalado.
O assalto
“Ele portava uma submetralhadora caseira. Nos amarrou e ficamos juntos com as crianças”.
Ao todo, a família ficou quase três horas sob o poder dos bandidos, que a todo momento faziam ameaças. Assim que subtraíram joias, um notebook, celulares e até a arma do médico legista, os suspeitos entraram em um dos carros da família que estava na garagem e fugiram.
Com a ajuda dos filhos, o médico conseguiu se soltar. Ele aproveitou para libertar a mulher e os adolescentes. Posteriormente, ele chamou a Polícia Militar que foi até o local, fez uma ronda por toda a região, mas não conseguiu localizar os suspeitos.
O caso segue sob investigação da Polícia Civil. Até o fechamento desta matéria, nenhum suspeito havia sido preso.
Carro
Segundo testemunhas, um outro carro teria dado cobertura a dupla de criminosos, que chegou na porta da casa das vítimas por volta de 18h30 de quinta-feira.
Câmeras do circuito de videomonitoramento do bairro registraram a ação. As imagens não foram divulgadas.
Rotina pode ter sido monitorada
A família rendida por bandidos armados dentro da própria casa, que fica na Ilha do Boi, em Vitória, ainda busca entender como os suspeitos conseguiram entrar no local. Por ser uma região que conta com monitoramento 24 horas, a suspeita é de que os criminosos já sabiam exatamente a rotina das vítimas, inclusive, os meios para acessar à residência.
“Certamente, eles tinham alguma informação prévia, informação de terceiros, de pessoas do entorno”, disse Leonardo Lessa.
Segundo o médico legista não foi notado nenhum sinal de arrombamento no portão que dá acesso ao local.
“Agora, só a perícia da Polícia Civil é que vai poder apontar como eles entraram”, disse.
O médico legista também falou sobre a insegurança, não só na região onde mora, mas em toda a Grande Vitória.
“Um lugar tão bonito, mas a sensação é de insegurança. Não podemos sair sequer nas ruas da Grande Vitória mais. E dentro da nossa própria casa ainda estamos em perigo”, disse.
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