“Ele acabou com uma família inteira”, diz parente de avó que morreu após saber da morte do neto em acidente
O sentimento comum a quem chegava no velório do empresário Felipe Chieppe Pissinatti, 21, e da avó dele, a dona de casa Maria da Penha Pissinatti, 73, era de revolta. O jovem foi atingido por um carro e morreu, na tarde desta segunda-feira (21), em Coqueiral de Itaparica, Vila Velha, e a avó passou mal ao saber da notícia, morrendo durante a noite.
O empresário tinha uma hamburgueria com a mãe. Em entrevista para a TV Tribuna, um tio do jovem disse que Felipe "era um menino alegre e sonhador. Ele era um 'neto-filho' para a dona Maria da Penha".
Carlos afirmou ainda que a avó do empresário era uma pessoa muito alegre e de bem com a vida. "Duas famílias estão destruídas. É uma tragédia dupla", contou o tio.
O motorista que causou o acidente fez uma manobra proibida e atingiu Felipe, que estava de motocicleta. Ele foi ouvido na delegacia e liberado, fato que revoltou amigos e familiares do jovem.
“O mais triste é ele não ter sido preso. A gente fica se sentindo tão incapaz. Ele estava consciente da manobra proibida e acabou com uma família inteira”, declarou a pedagoga Lucimar Xavier da Silva, 58 anos, parente das vítimas.
Segundo a pedagoga, avó e neto eram muito próximos. “Ela criou ele desde pequeno, então tinha os dois amores por ele: de avó e de mãe. A ligação deles era muito forte, ela não aguentou a notícia do acidente.”
Assim que soube da morte de Felipe, a idosa começou a passar mal em casa, no bairro Novo México. Ela ainda foi levada para um hospital, mas não resistiu. “A família inteira era conhecida e querida ali no bairro. Fico pensando, será que esse motorista vai conseguir colocar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilo? É muito fácil ele pagar uma multa e sair”, desabafou Lucimar.
Prima de Maria da Penha, Claudete Bernardes, de 64 anos, falou sobre a idosa. “Era uma pessoa muito animada, gostava muito de cozinhar. Fazia bolos e tortas, não tinha uma festa que passava em branco. Para ela não tinha tempo ruim”, disse.
Claudete soube da morte de Felipe por telefone, e cerca de 10 minutos depois recebeu outra ligação, informando sobre a prima. “Minha tia ligou desesperada, dizendo que tinha sido um infarto fulminante. Nem acreditei, fiquei muito triste, foi desesperador.”
A Polícia Civil informou que o motorista do veículo foi encaminhado para a Delegacia Regional de Vila Velha, “onde foi ouvido e liberado conforme previsto no Código de Trânsito Brasileiro, uma vez que ele permaneceu no local do acidente e não havia indícios de cometimento de crime que justificasse prisão em flagrante. O caso seguirá sob investigação na Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito”.