"A mãe dela só sabe chorar. Ela quer Justiça", diz tia da menina Alice

| 12/02/2020, 14:26 14:26 h | Atualizado em 12/02/2020, 14:46

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-02/372x236/amanda-guedes-ad2706063965ee85c142aaefb931eab1/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-02%2Famanda-guedes-ad2706063965ee85c142aaefb931eab1.jpg%3Fxid%3D108373&xid=108373 600w, Amanda Guedes, mãe de Alice, precisou ser amparada durante o velório
Em meio à dor e ao sofrimento de perder a filha, que foi morta a tiros, na noite de domingo, no bairro Dom João Batista, em Vila Velha, a jovem Amanda Guedes, de 23 anos, pediu Justiça.

Alice da Silva Almeida, de 3 anos, morreu atingida por um tiro no tórax e outro na perna. “A mãe dela só sabe chorar. Está à base de remédios e mal consegue se manter de pé. A única coisa que ela fala é que quer Justiça”, afirmou a auxiliar de escrevente Agda Ester Guedes, 27, tia da vítima e irmã de Amanda.

Ela destacou que a irmã e o cunhado, pai de Alice, não estão ficando mais na casa onde a menina foi assassinada. “Minha irmã não quer mais voltar para a casa, pois tudo lá lembra a Alice. E é muito dolorido para ela”, ressaltou.

De acordo com a auxiliar, mãe e filha eram muito apegadas. “Ela era o nosso xodozinho, a nossa princesinha. Muito linda e vaidosa. Eu escolhi a roupa de Branca de Neve para ela ser enterrada pois era a que mais gostava”.

Alice foi sepultada no Cemitério Parque da Paz, em Ponta da Fruta, também em Vila Velha. Além da roupa de princesa, a menina foi enterrada com as unhas pintadas, batom e uma flor na mão.

“A madrinha dela pintou as unhas e eu pedi que passasse um batom, pois era assim que a Alice gostava. Ela era filha única, muito amada por todos. Agora não sabemos por onde recomeçar. Estamos sem chão”, lamentou Agda.

A família entrou em desespero assim que recebeu a notícia da morte de Alice. O pai da pequena, Geovane Almeida, chegou a socar a parede com uma das mãos e se machucou. “Ele fez isso pela revolta de toda a situação”, disse Agda.

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Eles esperam, no entanto, que os criminosos envolvidos no tiroteio sejam identificados e presos. “A minha irmã fala que quer que quem fez isso pague. Mas a verdade é que, por mais que se prenda esse, outros virão. É uma guerra que não vai acabar nunca”, declarou Agda, com a voz muito abalada.

Já a bisavó de Alice, a dona de casa Lucila Maria Gonçalves, de 79 anos, comentou sobre a violência no bairro onde o crime ocorreu.

“Eu já chorei tanto por outras famílias e hoje estou chorando pela minha. Jamais imaginei que uma coisa dessas pudesse acontecer com a minha bisneta. Aqui eu não saio de casa de tanto medo que tenho. Aqui está muito violento, perigoso demais”, revelou a bisavó.

A idosa declarou que está com o coração partido. “Não sei mais nem se a Amanda vai continuar morando aqui depois de tudo. Meu coração está partido”.

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