Operação Safe Children preende 2 pedófilos que compartilhavam pornografia infantil
Ação da Polícia Civil ocorreu nos municípios de Recife, Olinda, Paulista, Ipojuca, Catende e Gameleira
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A Polícia Civil de Pernambuco apresentou, nesta quinta-feira (28), o resultado da segunda fase da Operação Children, na qual foram cumpridos um mandado de prisão preventiva, uma prisão em flagrante e sete mandados de busca e apreensão nos municípios de Recife, Olinda, Paulista, Ipojuca, Catende e Gameleira. As prisões foram efetuadas nesta última quarta (27).
A Safe Childre II teve o objetivo a identificação e captura de criminosos que atuam, principalmente, no ambiente virtual, com a finalidade de aliciar menores de idade, além de produzir, armazenar e disseminar material relacionado ao abuso sexual infantojuvenil.
O armazenamento de conteúdo de abuso sexual infanto-juvenil é crime considerado hediondo, segundo o ordenamento jurídico, e não tem direito à fiança.
Indagado sobre os detalhes da operação, o delegado Darlson Macedo, gestor da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), explicou a ação.
"As investigações duraram alguns meses, o objetivo da operação é principalmente combater abusadores que compartilham, armazenam ou produzem material pornográfico envolvendo crianças e adolescentes”, disse Darlson, em entrevista ao repórter Carlos Simões, exibida no Jornal da Tribuna 1ª Edição, comandado por Artur Tigre.
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Segundo Darlson, um homem tinha um mandado de prisão porque havia uma materialidade já mais robusta em relação a ele, com quem foram encontrados arquivos.
"O outro foi autuado em flagrante, porque no momento da busca e apreensão, no momento da incursão, a gente encontrou também um material grande, muitos arquivos de posse dele", afirmou o delegado. Nos demais casos, por sua vez, houve apreensão de equipamentos que podem conter conteúdo abusivo.
Material apreendido e gravidade dos crimes
Darlson explicou que a operação cumpriu sete mandados de busca e apreensão, resultando na coleta de celulares, tablets e notebooks que serão submetidos à perícia. Ele destacou que, no caso de um dos presos, além do cumprimento do mandado de prisão, também foram encontrados arquivos de material pornográfico infantil.
Já em outras situações, os dispositivos apreendidos podem revelar evidências adicionais, mesmo que os arquivos não tenham sido localizados de imediato, o que poderá levar a novos indiciamentos e pedidos de prisão.
“Então, pode ser uma foto de uma criança nua, do órgão sexual, o crime está configurado. E o fato de você ter material, você armazenar, já é um tipo penal, o 241B, em plena reclusão, é equiparado a crime hediondo. Se você compartilhar em si uma pena maior e é outro tipo penal, se você produzir também, a reclusão já passa de 4 a 8 anos. Então, no caso dos dois presos, eles, além de possuírem arquivos, eles também produziam algum material pornográfico. E eles disponibilizam na internet, na Dark Web, na Deep Web."
De imediato, as investigações não encontraram ligações de crimes contra as crianças com familiares, mas as investigações continuam durante 30 dias, não só para identificar as vítimas, como para saber se há outras pessoas envolvidas.
Atenção dos responsáveis e denúncias
O delegado alertou sobre os sinais de abuso em crianças e a importância de monitorar interações online. "A dica que eu dou é ficar atento em que a criança que está sendo abusada. Ela apresenta uma mudança no seu comportamento padrão, o comportamento padrão que ela tinha. E muito cuidado também com quem seus filhos interagem na internet, porque existem muitas aliciadas."
Onde buscar ajuda?
Segundo Darlson, as denúncias podem ser feitas à DPCA, pelo telefone (81) 3184-3579, ou em delegacias distritais e conselhos tutelares. Ou Disque 100, do Ministério da Justiça. A Polícia Federal também tem um canal de atendimento no seu site.
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