Investigação revela trama complexa por trás de morte de taxista no Recife

Nilson Ferreira teria sido atraído ao local sob o pretexto de ter um encontro com uma adolescente |  Foto: Divulgação nas redes sociais

A Polícia Civil de Pernambuco prendeu um casal e um vizinho por suspeita de matar o taxista Nilson Ferreira de Oliveira Filho, 54 anos. Segundo o delegado Sérgio Ricardo, responsável pela investigação, ele teria sido espancado com marreta e arremessado ainda vivo de um barranco no bairro do Ibura, na Zona Sul do Recife.

O homem teria sido atraído para a casa da família, na Rua Porto Nacional, e logo em seguida, agredido e arremessado para um terreno baldio. Seu corpo foi localizado na última segunda-feira (25), dois dias depois de seu desaparecimento. Estava coberto por lona plástica, sofás e outros tipos de entulhos. Suas mãos estavam amarradas com um lençol e a cabeça apresentava ferimentos.

“O taxista foi para o local e subjugado, amarrado e agredido. Recebeu vários golpes de marreta e, ainda vivo, foi arremessado ladeira abaixo e caiu em terreno baldio, onde o corpo foi ocultado com entulhos, com lona plástica, sofás”, destacou o delegado. Mas o papel de cada um no crime ainda falta ser detalhado.

Em depoimentos à polícia, o casal alegou, em sua defesa, que matou o motorista por vingança. O taxista estaria assediando a filha, de 14 anos, exigindo que ela lhe enviasse fotos íntimas. A garota também estaria sendo ameaçada desde que conheceu o taxista. Eles, então, teriam planejado um falso encontro da vítima com a filha adolescente, de 14 anos.

Ainda de acordo com informações do delegado, os três envolvidos no crime também são ex-presidiários e usuários de drogas ilícitas, como crack. A adolescente não teria participado do homicídio, de acordo com as informações iniciais divulgadas.

Delegado Sérgio Ricardo (no detalhe do lado direito) diz que hipótese de assédio à adolescente ainda está sendo investigada |  Foto: Divulgação/PCR

Sérgio Ricardo falou sobre o assunto em coletiva de imprensa, na Sede Operacional da Polícia Civil, no bairro de Santo Amaro, na área central do Recife.

Após o assassinato, o padrastro da menina teria vendido o táxi por R$ 4 mil a uma pessoa de Glória de Goitá, na Zona da Mata Norte do Estado. O veículo teve a placa adulterada e mudança de chassi, tendo sido localizado em Igarassu, na Região Metropolitana do Recife.

O delegado contou que o vizinho nega ter participado do crime. Mas ele já teria sido preso por tráfico de drogas, roubo e homicídios. Já o padrasto tem histórico de roubo de veículos, enquanto a mãe da adolescenbte responde na Justiça por porte de drogas.

Sérgio Ricardo disse que o taxista e adolescente trocaram mensagens por cinco meses. O primeiro contato se deu quando ela pegou um táxi, com amigas, quando voltavam de uma festa.

De acordo com depoimentos, Nilson, então, teria gravado seu contato e iniciado o assédio à adolescente, ameaçando que mataria sua mãe caso ela não enviasse as imagens dos vídeos.

Todos esses fatos ainda continuam sendo investigados, podendo ter sido motivado por vingança ou não, diante do perfil dos suspeitos. Por enquanto, os três serão indiciados por latrocínio e ocultação de cadáver.

Quem descobriu a troca de mensagens foi a mãe, após um dos irmãos da menina mexer no telefone dela. O celular da garota foi apreendido para ser submetido à perícia que pode ou não confirmar se houve assédio e ameaças. Já o celular da vítima ainda não foi localizado.