Turista é mordida por tubarão em Fernando de Noronha
Tubarão da espécie "lixa" é considerado inofensivo por especialistas
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Uma mulher de 46 anos de idade, natural do estado do Mato Grosso, levou uma mordida de um tubarão-lixa, enquanto nadava na Praia do Porto, no Arquipélago de Fernando de Noronha. nesta terça-feira (19). A turista deu entrada no Hospital São Lucas, em Noronha, foi medicada e liberada.
Segundo relato da turista, ela estava nadando na Praia do Porto, próximo a uma embarcação onde estavam vários tubarões-lixa, quando de repente percebeu a mordida na região da coxa. A turista então pediu ajuda e foi resgatada por uma embarcação próxima, sendo encaminhada para o Hospital São Lucas, onde recebeu atendimento médico. O ferimento foi descrito como uma "lesão caracterizada por impactos provocados por estruturas cortantes, de aproximadamente 10 cm, em formato de arcada dentária, com múltiplas perfurações puntiformes". A mordedura superior foi descrita como superficial, enquanto a inferior atingiu o tecido subcutâneo.
ESBARRÃO
A mulher, cujo nome não foi divulgado, acredita que, ao nadar, encostou ou bateu no tubrão, já que havia outros tubarões próximos aonde ela estava. A espécie lixa é bastante comum em Fernando de Noronha e considerada inofensiva pelos especialistas.
Segundo o membro científico do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões de Pernambuco (Cemit) e professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Paulo Oliveira, o tubarão-lixa é uma espécie inofensiva, não sendo registrados incidentes envolvendo essa espécie e seres humanos, como banhistas, surfistas e mergulhadores, diferente de outras espécies, como o tubarão-tigre e o tubarão-cabeça-chata, que são consideradas potencialmente agressivas. Segundo Oliveira, a mordida de tubarão-lixa não causa grandes dilacerações, por possuir boca pequena e dentes pequenos, sendo caracterizada por ferimentos leves e arredondados.
A secretária executiva do Cemit, Danise Alves, afirma que pelo comportamento da espécie, é provável que o animal tenha realizado uma mordida investigativa e de defesa, após a turista "esbarrar" com o indivíduo acidentalmente, conforme relatado para Alves. Neste sentido, o Cemit considera que não houve incidente, mas sim um "encontro ocasional", o que resultou em um comportamento de defesa do animal. O Comitê aproveita para alertar que as pessoas não devem se aproximar dos animais intencionalmente porque, mesmo não sendo agressivos, podem tentar se defender, causando ferimentos.
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