Perigos para pets com automedicação
A lógica do “faça você mesmo” ganhou mais sentido no período de quarentena. Primeiro porque muitos serviços estão fechados, depois porque as pessoas estão evitando sair de casa. Mas, quando o assunto é automedicação, é preciso acender um sinal de alerta.
Seja para humanos ou animais, o ato de oferecer remédio por conta própria esconde muitos riscos. No entanto, neste período de distanciamento social, a procura na internet por informações sobre medicamentos para os pets só cresce.
Segundo o portal CyberPet, as principais perguntas feitas por tutores ao Google têm relação com a medicação sem orientação de médicos veterinários.
“Quanto de difenidramina eu posso dar para o meu cachorro?” e “o que eu posso dar ao meu cachorro para a dor?”, são as duas perguntas que lideram o ranking da lista divulgada pelo portal.
Para se ter uma ideia, difenidramina é um anti-histamínico utilizado para alergias em humanos e pode fazer mal ao organismo dos animais.
De acordo com a veterinária, conselheira e presidente da Comissão de Bem-Estar Animal do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Espírito Santo (CRMV-ES), Roseanne Abrante, medicar um animal sem prescrição se torna comum porque as pessoas precisam evitar sair de casa.
Ela ressalta que a conduta é muito perigosa visto que o animal pode ser medicado de forma incorreta e ter as doenças agravadas.
“Com esse hábito, o tutor pode estar perdendo tempo enquanto espera a melhora com a medicação inadequada e deixando de tratar de forma correta as doenças que o animal pode apresentar. Só um veterinário é capaz de diagnosticar e tratar da melhor forma o seu animal de estimação”, alerta.
O CRMV-ES orienta, ainda, que muitos medicamentos têm contraindicações e muitos animais podem ser intolerantes a algumas substâncias
“Portanto, a atitude de medicar sem a prescrição de um médico veterinário pode piorar o quadro do animal, que em alguns casos pode evoluir até para o óbito”, destaca a entidade.
A veterinária Larissa Almeida explica que o metabolismo dos pets é mais sensível a medicação incorreta. “A orientação é nunca dar remédios por conta própria”.