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Cidades

"Perdi 24 quilos e venci a depressão”, diz empreendedora


Imagem ilustrativa da imagem "Perdi 24 quilos e  venci a depressão”, diz empreendedora
Renata Rodrigues é uma das 370 mil pessoas que, segundo levantamento, superaram a doença no Estado. Médicos alertam: tratamento é contínuo |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

Obesidade e depressão. Duas doenças que juntas podem causar estragos ao emocional do ser humano. Uma aumenta a probabilidade da ocorrência da outra, segundo a medicina.

Foi esse cenário que levou a empreendedora Renata Rodrigues, 38 anos, ao fundo do poço, como ela mesma descreve. Com orgulho, depois de muito esforço e dedicação, ela comemora. “Perdi 24 quilos e venci a depressão”.

Mãe de dois filhos, Renata conta que tomava antidepressivos fortes e era totalmente sedentária. “Eu não tinha ânimo para nada. Só tinha vontade de chorar. Não queria ficar com a luz acesa, sempre estava triste. Minha filha perguntava porque eu estava chorando sempre e não entendia”, relatou.

A empreendedora lembra que quando recebia visitas em casa ouvia, do quarto, algumas falando com seu marido: “‘É bobeira, frescura’. Ficavam mandando eu levantar. Com isso, passei a não querer mais receber ninguém em casa.”.

O pesadelo durou até janeiro do ano passado. “Resolvi ser outra pessoa. Em 40 dias, perdi 14 quilos. Nos sete dias seguintes, perdi mais sete quilos e nos meses posteriores eliminei mais 4. Faz mais de um ano da minha reeducação e mudança de estilo de vida e consegui manter o peso. A depressão foi embora”, contou, citando que a alimentação saudável e atividade física foram aliadas importantes no processo.

Hoje, Renata trabalha ajudando outras pessoas a terem uma qualidade de vida melhor e saudável. “Ajudar outras pessoas a se sentirem melhor, a passar pelo o que eu passei e terem sucesso como tive é muito gratificante.”


Entrevista


A empreendedora Renata Rodrigues, de 38 anos, está no grupo dos que venceram a depressão e já deixaram de tomar medicamentos há um ano e meio. Mas o caminho não foi fácil e durou um ano.

Renata conta que ela e o marido têm muitos amigos e a doença dela fez com que o casal perdesse muitos momentos com eles. Também atrapalhou a vida social dos dois enquanto ela não estava em tratamento.

A Tribuna  – Na depressão, como era sua rotina?

Imagem ilustrativa da imagem "Perdi 24 quilos e  venci a depressão”, diz empreendedora
Renata, de 38 anos, fez tratamento durante um ano e venceu a doença. “Eu não colocava os sofrimentos para fora” |  Foto: Kadidja Fernandes/AT
Renata RodriguesNão queria ficar com a luz acesa, sempre estava triste. Só tinha vontade de chorar. Minha filha perguntava porque eu estava chorando sempre e não entendia.

Começou com uma tristeza muito ruim, mas continuei trabalhando. Foi ficando tão forte que eu passei a apresentar bolhas na mão e na perna. Então, parei de sair, fiquei trancada em casa.

Buscou tratamento?

Comecei tomando cinco miligramas de um antidepressivo e, depois, passei para 20. Se, às vezes, eu estava vendo um filme na sala, do nada dava vontade de não falar mais com ninguém. Nesse período, engordei 25 quilos e passei a sofrer também de pressão alta.

Enfrentou estigma por causa da doença?

Sim. As pessoas iam para a nossa casa e eu, do quarto, ouvia falarem com meu marido: “É bobeira, frescura”. Ficavam mandando eu levantar. Com isso, passei a não querer mais receber ninguém em casa.

Como saiu dessa?

Depois de um ano de tratamento, o médico foi diminuindo minha medicação, até que me deu alta. Percebeu que eu não apresentava mais aqueles sinais de antes.

Enxerga uma explicação para o que passou?

Não tem. Mas diria que eu guardava muitos sofrimentos dentro de mim e não colocava para fora.

370 mil pessoas venceram a depressão no Estado 

Sinônimo de tristeza profunda, baixa autoestima e prostração, a depressão é uma doença psiquiátrica com contornos graves, mas para a qual é possível encontrar uma luz no fim do túnel: médicos ouvidos pela reportagem estimam, a partir de um cruzamento de dados, que 370 mil pessoas já conseguiram vencer o problema no Estado.

De acordo com estudo epidemiológico informado pelo Ministério da Saúde, a prevalência de depressão ao longo da vida no Brasil está em torno de 15,5%. No Estado, este índice equivale a cerca de 620 mil atingidos.

Estudiosos acrescentam que mais de 40% dos pacientes que se recuperam de um episódio de depressão experimentam recorrência após dois anos. Outros 60% conseguem a vitória e o controle nos anos seguintes.

Diretora-secretária da Associação Psiquiátrica do Espírito Santo, a médica psiquiatra Letícia Mameri explica que o ideal não é falar em cura, mas remissão da doença.

“É quando acontece o desaparecimento dos sinais clínicos que não tornavam a pessoa funcional. Sinais como insônia, irritabilidade, variação de humor, de apetite, muito choro, falta de concentração e problemas de memória passam a não ocorrer mais”, exemplifica.

Médico psiquiatra e professor da Pós-Graduação em Psiquiatria da UVV, Valber Dias Pinto acrescenta um forte sinal: “É a dificuldade de sentir prazer nas coisas. Eu sempre pergunto: 'O que você gosta de fazer?' O deprimido diz que gostava. Fala no passado”.

Mas como se encaixar no grupo dos 60% que conseguem afastar o quadro clínico depressivo?

“Fazendo tratamento correto. O médico tem que ter sabedoria ao escolher os medicamentos, para uma boa adesão ao tratamento. Precisa levar em consideração fatores econômicos, para que o paciente consiga comprar. Se o remédio ocasionar ganho de peso na mulher, ela vai ter ressalvas. Se provocar disfunção sexual no homem, também”, explica Valber.

O psiquiatra Jairo Navarro diz que o tratamento leva, em média, um ano. “Acontece que muitos interrompem a psicoterapia e o medicamento no início, quando apresentam melhora, achando que não precisam mais”, destacou.

Letícia acrescenta que um constante erro é alterar a quantidade da medicação quando o paciente estabiliza: “Na remissão, é preciso manter a dose que o estabilizou”.


Saiba mais


Vencendo a depressão

  • O médico psiquiatra é quem deve fazer um diagnóstico. Mas os sinais mais comuns são: insônia, irritabilidade, variação de humor, de apetite, choro, falta de concentração, problema de memória e ansiedade.

  • É preciso não interromper o uso de medicamentos e psicoterapia no início, ao perceber melhora. As idas ao psiquiatra são ideais para ajuste do medicamento e a percepção do quadro clínico.

  • Psiquiatras precisam indicar medicamentos adequados à condição financeira do paciente e que não causem efeitos colaterais que possam desestimular o uso.

  • É importante ser acompanhado pelo tipo de psicólogo indicado pelo médico psiquiatra.

  • A diminuição da dose do medicamento precisa acompanhar a dose usada no momento da estabilização.

Fonte: Médicos psiquiatras Valber Dias Pinto, Jairo Navarro e Letícia Mameri.

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