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Polícia

Pai de amiga de vítima de disparo em MT negou tiro ao Samu


Imagem ilustrativa da imagem Pai de amiga de vítima de disparo em MT negou tiro ao Samu
|  Foto: Freepik

Áudios das ligações feitas ao Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) para atender a adolescente Isabele Guimarães Ramos, que morreu com um tiro na cabeça em um condomínio em Cuiabá (MT), apontam que apenas em uma terceira ligação o serviço de atendimento é informado que a jovem havia sido vítima de um disparo de arma de fogo.

A adolescente de 14 anos morreu ao ser atingida por um tiro na cabeça depois que uma amiga sua, da mesma idade, deixou cair uma pistola que era usada para a prática de tiro esportivo, segundo a polícia. O caso ocorreu em Cuiabá no dia 12 de julho.

Na primeira ligação, o empresário Marcelo Martins Cestari, pai da menor que teria disparado acidentalmente contra a amiga, diz que Isabele tinha sofrido uma queda no banheiro.

"Oi, rápido a menina caiu no banheiro aqui no Alphaville. Está saindo muito sangue, (ela) está perdendo muito sangue", disse Marcelo, na ligação.

Em uma segunda ligação, o empresário é atendido por um médico que o orienta a realizar os primeiros socorros, e pergunta se a menina ainda tinha pulso. Durante o atendimento, o médico chega a perguntar se a vítima tinha levado um tiro. Cestari diz que teria ocorrido uma queda.

"É tiro ou queda, senhor? ", pergunta o médico.

"É queda, queda", responde Cestari.

"Tudo bem, senhor. Porque tem outra ocorrência dizendo que é tiro, senhor. Se for...", diz o médico que é interrompido. "Não tem nada de tiro, não", retruca o pai da adolescente.

O médico se referia à outra ligação ao Samu feita pela irmã da adolescente que manuseou a arma. No telefonema, ela confirma que houve disparo de arma de fogo. "Estou com uma emergência aqui no Alphaville

(...) houve um tiro acidental".

Apenas na terceira ligação, o empresário confirma que houve um tiro após ser questionado pelo médico:

"Pois é... Agora que a menina está falando [que houve tiro]".

O laudo do IML (Instituto Médico Legal) revelou que o disparo que matou Isabele Guimarães ocorreu a uma distância entre 10 a 50 centímetros. Também foi encontrado pólvora no rosto da vítima. O documento ainda revela que a a munição entrou em linha reta e de maneira frontal.

Em depoimento, a adolescente afirmou à polícia que a arma disparou acidentalmente após ela ter deixado cair um case com duas pistolas. Ao pegar a arma no chão, esta teria disparado acidentalmente. A bala acertou a narina da adolescente e parou na nuca.

Segundo a defesa da adolescente, a arma pertencia ao pai do namorado dela. Ambas famílias praticam tiro. Pela versão da defesa, o namorado, também adolescente havia ido à casa da garota para que o pai dela fizesse a manutenção de duas pistolas que ele levava -uma delas, a que disparou.

Após o namorado ter ido embora, ela pegou o case com as armas e levou para o andar de cima da casa para guardá-las no cofre que fica no quarto dos pais, ainda segundo Miranda.

Porém, antes passou em seu próprio quarto para chamar Isabele. Ao bater na porta, a amiga abriu, e, segundos depois, o disparo ocorreu, pelo relato do advogado.

O empresário Marcelo Cestari chegou a ser preso por posse ilegal de arma. Foram encontradas sete armas em sua residência. A pistola que matou a jovem era uma das duas que estavam sem registro, segundo a investigação.

Ele foi solto horas depois ao pagar fiança de R$ 1.000. A família da vítima entrou com pedido na Justiça para que a fiança seja aumentada para R$ 1 milhão.

A adolescente que portava a pistola praticava tiro havia quatro meses, segundo o policial militar Fernando Raphael, presidente da Federação de Tiro de Mato Grosso.

Em 2019, um decreto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre armas e munições voltado para caçadores, colecionadores e atiradores autorizou a prática de tiro de pessoas com mais de 14 anos sem a necessidade de uma autorização judicial.

O pai da adolescente poderá responder por posse ilegal de arma de fogo, com pena de 2 a 20 anos de prisão e, se comprovado que assumiu o risco em deixar a arma exposta, responderá por homicídio simples, cuja pena varia de 6 a 20 anos de reclusão.

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