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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

O coronavírus e a aldeia global

| 05/03/2020, 08:00 08:00 h | Atualizado em 05/03/2020, 08:04

O mundo assiste, perplexo, ao avanço geográfico da epidemia de coronavírus, espécie viral conhecida desde a década de 1960 – e que tem esse nome em razão do formato de coroa (“corona”, em espanhol) do vírus. No mundo todo, já são quase 3 mil mortes provocadas pela doença causada pelo coronavírus, a esmagadora maioria na China. Porém, vários outros países registram uma escalada no número de pessoas infectadas e, pior, de mortes, como é o caso da Itália, especialmente, em sua região norte.

A forma e a rapidez com que tal espécie viral se propagou pelos diversos continentes faz com que o globo terrestre se assemelhe a uma modesta aldeia, onde seu povo, por viver em um limitado espaço territorial, fica vulnerável às consequências de doenças altamente contagiosas e letais.

A ideia de “aldeia global”, exposta pelo intelectual canadense Marshall McLuhan, torna-se mais atual do que nunca, diante da preocupante e veloz progressão do coronavírus em inúmeras regiões do planeta.

Originalmente, o pensamento de McLuhan consistia em que o avanço tecnológico e as novas formas de comunicação encurtariam as distâncias no mundo, conectando as pessoas e, possivelmente, restabelecendo um quadro social próximo do que era o de uma aldeia, tamanha a proximidade gerada pelas tecnologias.

Atualmente, utilizando-se dos avançados meios de transporte, uma pessoa atravessa todo o planeta em menos de um dia. É possível, no período de 24 horas, estar em vários continentes, carregando consigo seus documentos, roupas, livros, ideias e... doenças.

A proximidade, no mundo de hoje, é tão intensa que a epidemia de um vírus num ponto da Terra, em pouquíssimas semanas, torna-se ameaça real e motivo de inquietude a toda a humanidade.

A globalização é econômica, cultural, mas também envolve as doenças contagiosas. O cenário de “aldeia global”, provocado pelos meios de comunicação e de transporte, deve ser compreendido como um alerta.

Por um lado, desenvolveram-se aviões, navios, computadores, internet, instrumentos de aproximação entre as pessoas dos diversos cantos do planeta (em que pese um globo não ter cantos).
Por outro lado, crescem no mundo movimentos isolacionistas, antiglobalização, xenófobos, enfim, que defendem o erguimento de barreiras rígidas entre as nações e os povos.

A evolução do coronavírus como rastilho de pólvora mostra à humanidade que é preciso se enxergar como unidade e não como fragmentos isolados e separados por fronteiras. Essas são demarcações fictícias, não respeitadas pelas leis da natureza.

A propagação de um vírus em escala planetária é prova disso. Vivemos em uma “aldeia global”, onde tudo, de benéfico ou nocivo, é disseminado rapidamente.

Sendo assim, cuidar dos chineses é também zelar pelos italianos, pelos norte-americanos, pelos nigerianos, por todos nós. Não devemos erguer barreiras, mas encontrar soluções juntos. A aldeia é uma só.

Carlos Fonseca é magistrado e escritor.

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