Nível dos rios cai e governo do Estado pede economia de água
A seca prolongada e a queda do nível dos rios fizeram o governo do Estado declarar Estado de Atenção por conta da ameaça de escassez hídrica.
A resolução, publicada na sexta-feira (24) pela Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), faz uma série de recomendações para a economia de água. O objetivo é evitar o desperdício e descartar situações mais drásticas, como o racionamento.
Para as prefeituras, a recomendação é de que sejam proibidas as atividades que promovam desperdício, como lavagem de vidraças, fachadas, calçadas, muros e veículos com o uso de mangueiras.
Recomendação semelhante é feita aos moradores, para que atividades como essas sejam reduzidas durante esse período mais crítico, segundo o diretor-presidente da Agerh, Fábio Ahnert.
“É importante mudar as atitudes e economizar água para que a gente não entre numa fase mais rigorosa de restrição. Recomendamos que a população se atente a isso. Não precisa uma mudança radical de hábitos, mas que tenha racionalidade. Precisamos diminuir a pressão sobre a demanda de água”, afirmou Fábio Ahnert.
O governo também recomendou que as indústrias adotem de forma imediata as medidas de reúso e reaproveitamento de água.
Causas
São três as principais causas que levaram o governo a decretar o Estado de Alerta: a seca, a queda na vazão dos rios e a expectativa de estiagem prolongada.
O Monitor de Secas no Espírito Santo já aponta que 49 municípios capixabas estão na classificação de Seca Fraca, enquanto outros 29 estão na categoria de Seca Moderada. Isso fez com que a vazão dos rios se aproximasse da situação crítica.
A preocupação existe porque a meteorologia indica que os meses de outubro e novembro devem registrar chuvas abaixo do previsto, como mostrou reportagem de A Tribuna na última quarta-feira, dia 22.
“Se a chuva aumentar no Estado e o volume dos rios se recuperar, caminhamos para a volta da normalidade, mas temos que contar com possibilidade de prolongamento da estiagem”, alertou Fábio Ahnert.
Entenda
Estado de Atenção
- A Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), órgão do governo do Estado, declarou ontem “Estado de Atenção”, por conta da situação hídrica no Espírito Santo.
- A resolução tem como objetivo alertar para a gravidade da situação e recomendar o uso racional de água, para evitar o desperdício e a adoção de medidas mais drásticas de racionamento.
O que causou essa situação?
1 Volume dos rios
- O nível e as vazões dos principais rios do Estado estão caindo, se aproximando da situação crítica, principalmente nas regiões Norte, Noroeste e Grande Vitória.
2 Falta de chuva
- O Estado passa por um grande período de estiagem que deve se prolongar pelas próximas semanas, de acordo com os meteorologistas.
3 Seca
- O Monitor de Secas no Espírito Santo aponta que 49 municípios capixabas estão na classificação de Seca Fraca, enquanto outros 29 estão na categoria de Seca Moderada.
O que pede a resolução?
- Para o enfrentamento da seca, a resolução faz uma série de recomendações para diferentes setores da sociedade.
Prefeituras
- Recomenda que as prefeituras adaptem, em regime de urgência, seus códigos municipais de Postura visando à proibição e à penalização de atividades reconhecidas que promovem desperdício de água, como:
- Lavagem de vidraças, fachadas, calçadas, pisos, muros e veículos com o uso de mangueiras.
- Rega de gramados e jardins.
- Umectação de vias públicas e outras fontes de emissão de poeiras, exceto quando a fonte for o reúso de águas residuais tratadas.
Indústrias
- Recomenda aos empreendimentos industriais a imediata adoção de medidas de reúso, reaproveitamento e reciclagem de água em suas unidades fabris visando à redução do consumo.
Agricultura
- Recomenda aos usuários e empreendedores agrícolas que adotem, preferencialmente, o período noturno para irrigação dos cultivos, bem como ampliem o uso racional e de captações de águas de chuva.
Companhias de saneamento e serviços de água e esgoto
- Às empresas e organizações responsáveis pelo abastecimento urbano de água, a Agerh recomenda campanhas de incentivo à economia do consumo diário de água pela população, intervenções para redução do índice de perdas do sistema de distribuição, e a agilidade no atendimento às solicitações de reparos de vazamentos em suas redes.
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