Mulheres têm mais chance de sobreviver à Covid-19
Estudo encomendado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM-ES), com pacientes contaminados com coronavírus, constatou que as mulheres no Espírito Santo tiveram 40% menos chances dos casos evoluírem a óbito do que os homens.
De acordo com o presidente da CRM, Celso Murad, alguns fatores podem explicar esses dados
“Existem várias hipóteses levantadas. A primeira é que as mulheres se cuidam melhor. Ao perceberem os agravos da doença, elas procuram atendimento médico. O segundo é que geneticamente o sexo feminino é mais resistente para determinadas infecções do que o sexo masculino”, explicou.
O levantamento foi realizado pela empresa Vigilância Epidemiológica e Epidemiologia (Vigiepi), com dados coletados, de março a dia 15 de setembro, no Sistema e-SUS/VS (Sistema de Informação Nacional e Oficial para Notificação de Casos de Coronavírus). O objetivo do estudo é mapear e entender a ação do coronavírus no Espírito Santo.
O estudo ainda constatou que os pacientes com 60 anos ou mais tiveram 11,6 mais chances da doença evoluir a óbito do que os outros pacientes. E aqueles com mais de 60 anos e que possuíam alguma comorbidade, como hipertensão, diabete, doenças respiratórias, tiveram 90% mais chances de morrer do que os pacientes que não tinham doenças preexistentes.
Ainda ficou comprovado pelo estudo que pacientes que não residiam na região Metropolitana do Estado tiveram 50% mais chances da doença evoluir a óbitos.
Os municípios com maiores percentuais de casos de letalidade, que é o percentual de óbitos em relação ao número de casos confirmados, foram: Porto Belo, Alto Rio Novo, Guaçuí, Santa Leopoldina e Alegre.
Já em relação à mortalidade, que é o número de óbitos em relação à população residente do município, são: Presidente Kennedy, Marataízes, Itapemirim, Alto Rio Novo e Marechal Floriano.
Segundo a pesquisa, 44,2% do número de óbitos eram pessoas com educação superior completa. De acordo com a epidemiologista Maria Cristina Willemann, que participou do estudo, a morte de idosos e profissionais de saúde podem ter contribuído para esse índice.
Muita oração em onze dias na UTI
A aposentada Neulizete Maria Sabino Degenário, 63 anos, testou positivo para o novo coronavírus no início do mês. Apesar de não ter nenhum tipo de comorbidade, teve complicações e precisou ficar 11 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Além da Covid-19, ela enfrentou uma infecção bacteriana.
No início, sentiu dor no braço, nas pernas, na coluna e perdeu o apetite, depois o quadro se agravou.
“É uma sensação de gratidão a Deus, aos amigos da comunidade, aos familiares e aos profissionais que cuidaram de mim. Tive momentos de muita incerteza de voltar a ver o sol. Também fiz muita oração”.
SAIBA MAIS
Idosos são maiores vítimas
- estudo, encomendado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM-ES), mostrou que pacientes com Covid-19 com 60 anos ou mais tiveram 11,6 vezes mais chances de evoluir a óbito.
- Se o paciente tiver 60 anos ou mais e possuir pelo menos uma comorbidade, as chances de evoluir a óbito aumentam para 90%.
- Mulheres tiveram 40% menos chances de evoluir a óbito.
- Dentre os contaminados, 15% eram pessoas que tinham profissões relacionadas à área de saúde.
- Brancos e pardos tiveram 30% menos chances de evoluir a óbito, comparado a outras etnias, como indígenas e amarelos.
- Dos casos confirmados, em relação aos sintomas, 51% apresentaram tosse, 48% apresentaram cefaleia (dor de cabeça), 43% apresentaram febre, 3% apresentaram coriza e 26% tiveram dor de garganta.
Fonte: Estudo do CRM-ES
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