Mães de alunos fazem vaquinha para pipoqueiro após suspensão de aulas
Inspiradas em uma ação da comunicadora e ex-apresentadora de TV Sarah Oliveira, algumas mães articularam uma campanha de arrecadação de dinheiro para o pipoqueiro Cleodiomar Martins Pereira, conhecido por todos como Tio Cláudio.
Em meio ao período de suspensão de aulas, devido à pandemia do coronavírus, o autônomo está sem conseguir garantir sua renda.
O pipoqueiro atua em frente ao Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) João Pedro de Aguiar, em Jardim Camburi, em Vitória há 18 anos.
“Nós que estamos em lugares de privilégio temos de nos sensibilizar pelas pessoas que precisam mais do que nós. Se todo mundo puder ajudar um pouquinho que seja, já vai fazer a diferença”, disse a psicóloga Livia Carolina Cardoso Cordeiro, 35 anos, uma das mobilizadoras da campanha.
Ela tem dois filhos matriculados no CMEI João Pedro de Aguiar, um menino de quatro anos e uma menina de dois, e disse que a iniciativa tem o objetivo de arrecadar um valor que vai ajudar “Tio Claudio” garantir uma renda para o durante o período que ficará sem poder trabalhar por conta do avanço do coronavírus no Estado.
“É um momento de muitas incertezas e acho que é um sentimento de não sabermos o dia de amanhã. Precisamos olhar para nosso entorno e prestar atenção nas pessoas mais vulneráveis com essa pandemia”, contou.
A campanha mobilizou mães de cerca de seis turmas e já arrecadou em menos de 24 horas o valor de R$ 600 que serão entregues em mãos ao pipoqueiro nesta sexta-feira (20).
As doações em sua maioria foram feitas pelo aplicativo PicPay e muitas mães se emocionaram com a ação por conta do “Tio Cláudio” ser bastante querido pelos alunos, pais e profissionais do CMEI.
O pipoquerio Cleodiomar Martins Pereira, 56 anos, disse ter ficado bastante feliz com a iniciativa.
“Estou muito grato por elas fazerem essa campanha, porque sou autônomo e enquanto tem aula eu tenho uma renda, e quando não tem, eu fico sem. Estou bastante feliz com as pessoas que contribuíram”, comemorou o pipoqueiro.
Morador do bairro Itapemirim, em Cariacica, o pipoqueiro conta que atravessa a cidade para vender pipocas há 18 anos: “Trabalho no mesmo ponto até hoje”, pontuou.
“Tem que se resguardar para não pegar essa doença”
Com o cancelamento das aulas na rede municipal de Vitória por conta do aumento de casos suspeitos de coronavírus no Estado, Cleodimar agora está em casa, também em quarentena.
“Não tem como sair. E o medo? Tem que se resguardar para não pegar essa doença. O melhor é ficar em casa”, alertou o pipoqueiro.
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