Vigarista pede perdão após dar golpe de R$ 10 mil em missionária
Após aplicar um golpe de R$ 10 mil em uma missionária, de 61 anos, que mora em Vitória, o golpista mandou uma mensagem pelo telefone pedindo perdão para a vítima.
A ação começou no início do mês, quando a vítima, que não será identificada, recebeu uma mensagem, que supostamente seria do seu filho. O criminoso, se passando pelo filho, disse que a mensagem enviada foi para a pessoa errada.
“Respondi que estava ok. Foi quando ele disse que precisava de dinheiro para pagar fornecedor e se eu podia emprestar. Como posso negar dinheiro para o filho?”, contou a vítima.
Para a missionária, o bandido sabia que ela tinha o dinheiro, pois um mês antes, havia recebido o exato valor de R$ 10 mil, por conta da venda de um carro.
DEPÓSITOS
Agindo de boa-fé, a vítima depositou o dinheiro, com os dados que o suposto filho havia informado pelo WhatsApp. O golpista também pediu que ela enviasse o comprovante de depósito.
O bandido enviou um comprovante dizendo que havia transferido de volta os R$ 10 mil para a vítima. Dias depois, a mulher percebeu que sua conta ainda estava vazia. Assim que notou que o golpista deixou de responder, decidiu ligar para o número pessoal do filho. Foi quando ele revelou que não havia pedido nenhum dinheiro à mãe.
A vítima continuou conversando com o golpista, com intuito de tentar reaver o dinheiro, mas sem sucesso. Foi então que ele pediu perdão, mas não devolveu o dinheiro. “Ele disse que Deus iria me honrar. Falou também que não era para ser eu a vítima, mas a outra pessoa não caiu no golpe”.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil e nenhum suspeito foi identificado até o momento.
Vítima já foi feita refém durante rebelião em presídio
Trabalhando como missionária, a vítima, de 61 anos, que perdeu R$ 10 mil em um golpe, realiza cultos em presídios do Estado há mais de 20 anos. Em 2006, ela chegou a ser feita refém em uma penitenciária, durante uma rebelião.
Por cinco dias, ficou em poder de 740 detentos, com a mãe, na Casa de Passagem, presídio do Complexo Penitenciário de Vila Velha.
Durante esse período, ela não dormiu, nem comeu. Em todo tempo, os bandidos a ameaçava com barras de ferro e até uma pistola automática.
“Essas coisas não atrapalham minha fé. Por cinco dias, como refém, eu preguei para aqueles detentos. Enquanto estive conversando com o golpista, falei do amor de Deus. Eu enxergo as atribulações como uma oportunidade”, contou a vítima.
A missionária também conta que já foi assaltada duas vezes, uma delas o bandido estava armado. Além disso, já recebeu ligações de pessoas dizendo ter sequestrado sua filha.
“Eu não tenho filha. Aproveitei a oportunidade para tentar converter a pessoa. Eu perdoo essas pessoas. Quero sair dessa terra de coração limpo. Sem mágoas”, disse a missionária.