Milhares de sul-coreanos marcham para pedir renúncia de presidente
Crise começou depois que Yoon, um ultraconservador, declarou Lei Marcial no país
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Milhares de manifestantes marcham na noite desta quarta-feira, 4, (manhã no Brasil) rumo à sede da presidência da Coreia do Sul para pedir a renúncia do presidente Yoon Suk-yeol, após uma tentativa fracassada de autogolpe na terça-feira.
Outros protestos em diversas partes do país também pedem que Yoon deixe o cargo e os principais sindicatos sul-coreanos articulam uma greve geral contra o presidente.
A crise começou depois que Yoon, um ultraconservador, declarou Lei Marcial no país, acusando a oposição de colaborar com o regime comunista da Coreia do Norte. Em minoria no Parlamento desde que venceu por estreita margem a eleição de 2022, Yoon estava sofrendo uma série de derrotas legislativas.
Com o decreto, ele teria poderes para fechar o Congresso e colocou uma mordaça na imprensa. Os parlamentares, no entanto, articularam uma derrubada do decreto, que foi acatada pelos militares e Yoon teve de recuar.
Foi a primeira vez que o recurso da Lei Marcial foi utilizado na Coreia desde a redemocratização do país. Nos anos 80, um decreto similar levou a implementação de um regime de exceção violento que até hoje deixa cicatrizes na memória coletiva do país.
Pedido de impeachment é apresentado
Mais cedo, partidos de oposição apresentaram uma moção de impeachment do presidente. O impeachment de Yoon exigiria o apoio de dois terços do parlamento para a moção e, então, o apoio de pelo menos seis juízes da Corte Constitucional. A moção, submetida em conjunto pelo principal partido de oposição, o Partido Democrata, e cinco partidos menores de oposição, pode ser colocada em votação já na sexta-feira.
Os principais conselheiros e secretários de Yoon se ofereceram para renunciar coletivamente e os membros de seu gabinete, incluindo o Ministro da Defesa Kim Yong-hyun, também enfrentam pedidos para renunciar.
O Partido Democrata, de oposição liberal , que detém a maioria no Parlamento de 300 cadeiras, em comunicado que os legisladores decidiram pedir que Yoon renuncie imediatamente, caso contrário, tomarão medidas para o impeachment.
"A declaração de lei marcial do presidente Yoon Suk Yeol foi uma clara violação da Constituição. Não cumpriu nenhuma exigência para declará-la", alegou o Partido. "Sua declaração de lei marcial era originalmente inválida e uma grave violação da constituição. Foi um grave ato de rebelião e fornece bases perfeitas para seu impeachment." (Com agências internacionais).
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