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Economia

Fotos em redes sociais e atestados falsos vão fazer 2 mil perder emprego


Para curtir a folia de Carnaval sem ter cortes no salário, trabalhadores têm se arriscado e entregam aos patrões atestados médicos falsos e verdadeiros, porém com sintomas forjados. E essa prática deve levar à demissão de, pelo menos, dois mil empregados no Estado este ano.

A estimativa foi feita pelo psicólogo e consultor de carreiras Elias Gomes e confirmada por empresários, a exemplo do presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio-ES), José Lino Sepulcri.

Além das demissões, José Lino Sepulcri observou que outros profissionais poderão ser advertidos por essa prática e poderão até ter o corte do dia.

Entretanto, José Lino disse que, se comparado com anos anteriores à crise, o número de demissões será menor, já que muitos funcionários estão mais conscientes e receosos de entrarem novamente para a lista do desemprego.

O presidente do Sindicato dos Médicos do Estado e vice-presidente da Federação Nacional dos Médicos, Otto Fernando Baptista, disse que as queixas que lideram os afastamentos são: gastroenterite, cólica renal, infecção urinária, cefaleia, lombalgias e conjuntivites.

Sobre a última doença, que Otto Baptista chama de falsa conjuntivite, existem casos em que o suposto paciente coloca até sal no olho para forjar o problema.

“Nesse caso, geralmente o funcionário vai ao médico na semana que antecede o Carnaval para tentar pegar atestado e poder viajar, por exemplo”, cita.

O advogado trabalhista Fabrício Siqueira contou que os supermercados enfrentam muito esse problema e, dependendo da situação, demitem os funcionários.

“São muitos casos de atestados médicos apresentados nessa época do ano e os trabalhadores acabam indo para a folia. Só que eles são denunciados pelas redes sociais, pois postam fotos até em outros estados, curtindo cada momento. As empresas estão de olho.”

Sarah Rosado Pereira, CEO da Suprema Soluções em Pessoas, contou que isso é muito comum em cargos operacionais, especialmente por funcionários do sexo masculino.

Doença inventada

Para poder assistir a um show no Rio de Janeiro (RJ), um personal trainer, de 39 anos, inventou que estava doente e conseguiu um atestado médico para entregar na empresa onde trabalha.

O personal, que pediu para o seu nome ser preservado, afirmou que, se for preciso, repete a prática normalmente para curtir todas as atrações do Carnaval.

“Sei que não é certo e nem justo, mas às vezes aparece alguma oportunidade e a gente não quer perder”, afirmou.

Imagem ilustrativa da imagem Fotos em redes sociais e atestados falsos vão fazer 2 mil perder emprego
Para poder assistir a um show no Rio de Janeiro (RJ), um personal trainer, de 39 anos, inventou que estava doente |  Foto: Dayana Souza/ AT

Saiba mais

Demissões

  • Estima-se que aproximadamente dois mil profissionais devem ser demitidos no Estado por problemas relacionados ao período de Carnaval.

Ponto facultativo

  • Lembrando que, segundo advogados trabalhistas, o Carnaval não é um feriado. Em alguns casos são estabelecidas normas específicas quanto aos dias de folia em convenções coletivas de trabalho ou legislações municipais. Há cidades que decretam ponto facultativo (válido para servidores públicos).
  • Especialistas indicam que, nesse caso, o profissional deve usar o bom senso e maturidade e fazer a sua programação sem desrespeitar as normas da empresa.

Motivos

  • Os principais motivos são apresentação de atestados falsos, simulação de sintomas para conseguir um atestado verdadeiro e excesso de bebida, o que inclui até comparecimento ao trabalho sob efeito de álcool durante o Carnaval ou na Quarta-feira de Cinzas.

Doenças

  • As queixas que lideram os afastamentos são: gastroenterite, cólica renal, infecção urinária, cefaleia, lombalgias e conjuntivites.

Consequências

  • O profissional que faltar ao trabalho sem uma justificativa válida poderá ser demitido por justa causa.
  • Especialistas indicam que, nessa situação, é levado em consideração o histórico disciplinar do trabalhador, ou seja, se costuma fazer isso com frequência.
  • Além da demissão, empregados que apresentarem atestados falsos poderão responder criminalmente por fazer uso de documento falso. A pena prevista é de um mês a um ano de detenção.
  • Já o médico que emitiu o atestado falso pode responder por Falsidade de Atestado Médico. A pena também é de um mês a um ano de detenção.

Fonte: Fecomércio e especialistas entrevistados pela reportagem.

Alguns flagrantes

Flagrado no Sambão
Um funcionário trocou a função de fiscalizar o sistema de refrigeração de um supermercado pelo Sambão do Povo, este ano, no Carnaval de Vitória.

Ele apresentou atestado de 5 dias (infecção intestinal), mas foi flagrado pelo chefe e recebeu uma suspensão. “Na reincidência, será demitido”, avisou o advogado Fabrício Siqueira.

Frentistas demitidos
Dois frentistas, colegas de trabalho, faltaram serviço no Carnaval de 2019 e foram demitidos por justa causa, segundo Sarah Rosado Pereira, CEO da Suprema Soluções em Pessoas.

“Um sumiu e voltou sem atestado na Quarta-feira de Cinzas, com cheiro de álcool. O outro avisou que estava com diarreia, mas foi visto na folia por um colega, que alertou a empresa.”

Justa causa a fiscais
Trabalhando em um supermercado de Jardim Camburi, Vitória, dois fiscais deram atestados assinados pelo mesmo médico, no Carnaval passado.

Porém eles foram desmascarados, pois usaram as redes sociais para mostrar que estavam em uma cidade mineira. “Resultado: demissão por justa causa”, contou o advogado Fabrício Siqueira.

Embriagado
Ao voltar para a empresa onde trabalhava na Quarta-feira de Cinzas, um trabalhador se apresentou com sintomas de embriaguez e estava alterado.

Ao perceber o estado do profissional, o gestor pediu que ele voltasse para casa e retornasse ao trabalho na segunda-feira. No dia marcado, o trabalhador foi demitido sem justa causa, devido ao seu comportamento.

Estágio rescindido
Envergonhado por faltas antes, durante e depois da folia, um estagiário do ensino médio não retornou para a empresa.

“Notificamos a escola sobre a rescisão do estágio. Isso é um péssimo exemplo para o futuro profissional desse jovem”, lamentou Sarah Rosado Pereira, CEO da Suprema Soluções em Pessoas.

Desmascarado
Apaixonado por Carnaval, sobretudo desfile de escolas de samba, um técnico em soldagem que trabalha em uma empresa de Cariacica apresentou um atestado médico, conforme contou a advogada Bruna Galon.

Só que ele não imaginava que seria flagrado por uma reportagem de TV ajudando a soldar os carros da escola de samba. Ao retornar a empresa, foi advertido verbalmente.

Topless na folia
Uma trabalhadora foi demitida da empresa onde trabalhava após postar uma foto de topless em suas redes sociais durante a folia de Carnaval, no Estado.

Ela cobriu os seios com um X, se arrependeu, apagou, mas prints já tinham sido feitos. O gestor dela não gostou da atitude e a demitiu assim que ela voltou a trabalhar.

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