Fora da pauta...
A medida liminar concedida ontem pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) desfaz o imbróglio entre clubes e federação e destrava, temporariamente, a disputa da Taça Rio - segundo turno do Campeonato Carioca. Mas é bom que se fale de “liberação temporária” porque não há a mínima certeza de que não haverá, mais à frente, a necessidade de um passo atrás.
O risco de uma nova onda de contaminação é real, ainda mais sabendo que as regras da flexibilização proposta pela prefeitura não têm sido respeitadas pela população.
Para surpresa geral do País, a bola seguirá rolando no segundo estado com mais mortes pela Covid-19...
Não pensem, porém, que a simples retomada dos jogos no futebol carioca traz o “campo e bola” para a pauta. Nada disso.
Até que a quarta rodada seja completada no próximo final de semana, com os jogos de Botafogo, Vasco e Fluminense, as atenções estarão voltadas para Brasília, onde ainda haverá muita discussão em torno da medida provisória que dá aos clubes mandantes o direito de seus jogos.
Assinada às pressas pelo presidente Jair Bolsonaro, a MP foi entendida por muitos parlamentares como manobra política para atender aos interesses do Flamengo e recebeu 91 emendas que serão discutidas antes de sua aprovação.
Sem festa
Isso significa que, sem o clima de festa nos estádios, com a maioria dos torcedores preocupada em demonstrar sentimentos como empatia, solidariedade e acolhimento, a essência do futebol segue fora pauta.
Por mais que tentemos nos apegar à disputada acirrada entre Real Madrid e Barcelona na reta final da Liga espanhola, ou que estejamos atentos aos negócios gerados na janela de transferências do verão europeu, as atenções se dividem entre o crescimento no número de contaminados e à marca de mil mortos por dia no País.
Dados que, por mais ignorados que sejam pelos dirigentes cariocas, ainda atordoam a CBF.
Nem os mais otimistas dos cartolas da entidade estão seguros de que o Brasileiro iniciará no final de julho ou início de agosto...