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Cidades

Famílias resgatam brincadeiras para afastar crianças de celulares


Nada de jogos nos celulares, redes sociais ou eletrônicos. Muitas famílias na Grande Vitória estão resgatando brincadeiras dos tempos dos pais e dos avós para manter as crianças afastadas da internet. A pequena Elisa Pereira Araújo, de 5 anos, não tem celular e nem tablet, mas, de vez em quando, pede os celulares dos pais emprestados para jogar e ver vídeos.

No entanto, a secretária Nayara Pereira Araújo, 30, e o marido dela, o mecânico industrial Renato Araújo, 39, já estabeleceram que o período de uso é de, no máximo, 40 minutos por dia, o restante do tempo é usado para brincar.

“Brincamos de tudo um pouco. Perto da nossa casa, tem um espaço bem grande. O pai dela adora levar a Elisa lá para escorregarem com papelão. Ela ama a brincadeira!”. O casal se preocupa tanto em construir uma boa relação com a filha que até fez o curso “Pais para Toda a Vida”.

Já o comerciante Fabrício Goldernr, 43, usou uma paixão em comum, o carrinho de rolimã, para diminuir o tempo do filho Nicolas Assis Goldenr, de 10 anos, no celular. “A gente brinca de rolimã e até de trator de verdade! Sempre que tem competição, vamos juntos e, nos fins de semana, andamos de carrinho”, contou o pai.

Para que a filha Vitória Rocha da Silva, de 6 anos, fique longe das telas, a dona de casa Clayde Rocha, 29, não mede esforços nas brincadeiras. Ela contou que costuma brincar muito com a pequena.

“Alem de boneca, a gente costuma brincar de dançar e cantar. Como um show mesmo, temos até microfone de brinquedo. Canto na igreja e, quando estamos em casa, tudo vira uma grande festa de louvores. A gente inventa de tudo usando a imaginação. Quanto mais imaginação usamos, melhor para a brincadeira”.

A psicóloga Débora Monteiro Coelho explicou que as brincadeiras são boas para estimular o contato dos pais com a criança, aumentando o diálogo.

“Pelo cansaço do dia a dia, muitos pais costumam entregar celular ou tablet para manter as crianças ocupadas. Isso prejudica muito o diálogo, o desenvolvimento social da criança. É necessário reservar pelo menos o final de semana para fortalecer o vínculo”, explicou.

Mãe vira boneca

Imagem ilustrativa da imagem Famílias resgatam brincadeiras para afastar crianças de celulares
A dona de casa Clayde Rocha, 29, começou a se vestir de boneca para brincar com a pequena Vitória Rocha da Silva, 6 anos |  Foto: Kadidja Fernandes/ AT

Para melhorar a relação em casa e evitar que a filha passe muito tempo no celular, a dona de casa Clayde Rocha, 29, começou a se vestir de boneca para brincar com a pequena Vitória Rocha da Silva, 6 anos.

“Sempre me vestia de boneca na igreja. Um dia ela me cobrou, dizendo eu que não me vestida para brincar com ela, como fazia para as outras crianças. Isso me tocou e eu comecei a me vestir. É menos tempo que ela passa no celular e mais tempo comigo”, disse a mãe.

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Ana Paula com a filha Antonella, de 8 anos. |  Foto: Acervo pessoal

Pulseiras

Tempo para brincar é quase uma compromisso na casa da vendedora Ana Paula Cruz, 31. Sempre que pode ou quando a filha mais velha, Antonella Cruz, 8, está passando muito tempo no celular, ela propõe uma brincadeira divertida.
O que a menina mais gosta é de fazer pulseiras coloridas com a mãe.

Pai e filho compartilham paixão

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Fabrício Goldernr e o filho Nicolas, de 10 anos. |  Foto: Fábio Nunes/AT

No bairro Itararé, em Vitória, a corrida de carrinho de rolimã é tradição, e não é diferente na família do comerciante Fabrício Goldernr, 43. Ele e o filho Nicolas Assis Goldenr, de 10 anos, são apaixonados pela brincadeira e, sempre que podem, estão juntos para curtir a paixão em comum, longe do celular. “Agora, estamos montando juntos um carrinho de rolimã que imita a McLaren do Ayrton Senna”, contou o pai.
 

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A secretária Nayara Pereira Araújo, 30, o marido Renato Araújo, 39, e a filha Elisa Pereira Araújo, de 5 anos |  Foto: Kadidja Fernandes/AT
Papelão

A secretária Nayara Pereira Araújo, 30, e o mecânico industrial Renato Araújo, 39, descobriram que não é preciso muito para fazer a filha Elisa Pereira Araújo, de 5 anos, feliz.

Escorregar em um pedaço de papelão já faz com que a família se divirta muito e unida. “Procuramos ter tempo de qualidade com a Elisa, com brincadeiras e passeios”.

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Família do empresário Rodrigo Quintão, 40, da educadora física Ana Paula Ribero, 30, e da pequena Paola Ribeiro Quintão, de 1 ano |  Foto: Kadidja Fernandes/AT
Pintura no banheiro

Toda atividade em casa vira uma festa na família do empresário Rodrigo Quintão, 40, da educadora física Ana Paula Ribero, 30, e da pequena Paola Ribeiro Quintão, de 1 ano.

Rodrigo, que tem uma escola para pais, destacou que o celular é dos adultos e só deve ser usado para distrair a criança como último recurso.

O empresário contou que ele e a mulher adoram brincar com Paola e uma das brincadeiras preferidas da família é pintar o box. “Levamos tinta guache para o banheiro, sujamos tudo e, depois, e só jogar água. Momentos como esse são muito bons para a relação dos filhos com os pais, que são as pessoas de quem eles mais gostam”.

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Izaque Noibans, 32, e o filho Caio Martinho Noibans, 4 |  Foto: Dayana Souza/AT
Jogos e música

Izaque Noibans, 32, é pai de Caio Martinho Noibans, 4, e dono de um projeto que trabalha a interação de crianças com jogos e música.

“Em casa, temos o costume de criar dinâmicas com o Caio, mas é mais difícil mantê-lo interessado sozinho do que em grupo”, explicou. Pensando nisso, Izaque reúne famílias para que as crianças brinquem juntas.

Ajuda no caráter e em laços com pais

Amarelinha; pega-pega; pique-esconde; pedra, papel e tesoura. Essas são algumas brincadeiras consideradas do passado pela maioria das crianças da geração atual, conhecida como geração alfa, a primeira a ser 100% nativa digital.

Para elas, é natural o uso do celular no estudo, nas brincadeiras e mesmo nas atividades mais simples do dia a dia. Mas especialistas destacam que, além de proporcionarem momentos de diversão, as brincadeiras sem o uso de aparelhos eletrônicos são importantes na construção da personalidade e do caráter das crianças, além de promoverem saúde mental, principalmente, se os pais estiverem envolvidos.

“Pais que resgatam suas brincadeiras de infância e brincam com seus filhos cultivam segurança e cumplicidade. Quando eles sentam com seus filhos para um jogo de tabuleiro, por exemplo, as crianças percebem adultos dispostos a oferecerem seu tempo e sua paciência. Eles garantem boas risadas e trocas de experiências. Isso gera admiração e respeito”, destacou a pedagoga Valéria Geada.

Já a psicóloga Débora Monteiro Coelho ressaltou que as brincadeiras analógicas são essenciais na rotina da criança, ainda que ela seja nativa digital.

“Hoje, o que acontece muito é a criança, até mesmo antes de ser alfabetizada, estar conectada. Mas deve existir responsabilidade dos pais em observar se ela gasta muito tempo com equipamentos eletrônicos, o que pode ser prejudicial”.

A principal preocupação, na infância, é o desenvolvimento de transtornos psicológicos, como compulsão e a ansiedade. Por isso, é recomendado que os pais prestem atenção nos próprios hábitos, para que possam ser bons exemplos para os filhos.

A psicóloga Bianca Martins, especialista em desenvolvimento infantil, explicou que qualquer coisa pode virar brincadeira, até contar carros coloridos pela rua no caminho até a escola.

“Não existe receita. Cada família vai adotar atividades diferentes e pode até criar brincadeiras de acordo com sua rotina. Isso traz a criança para a realidade da família e a torna mais participativa”.

Nova versão de jogo com farinha

Um vídeo do cozinheiro Tonjão Marques, 35, brincando com a filha Isabelle Dias Marques, de 5 anos, viralizou nas redes sociais.

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Tonjão e a filha contracenaram vídeo que ganhou o mundo |  Foto: Leone Iglesias/AT

Ele, que é natural de São José do Calçado, contou que faz várias brincadeiras com a filha, mas a que ela mais gosta é a da farinha, que é uma nova versão da tradicional pedra, papel e tesoura. A novidade é que quem perde tem de colocar o rosto na farinha.

“Ela não costuma ter acesso a celular e tablet. Usa esses equipamentos apenas uma hora por dia e só se ela se comportar na escola. Então, para manter a Isabelle longe do tablet e da TV, a gente costuma brincar de pintar tela humana, bola, carrinho, boneca, pintar unha e outras coisas”, contou o pai.

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