Estado vai registrar mais de 11 mil casos de câncer este ano

Sexta-feira, 27 de novembro, é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Câncer, data criada pelo Ministério da Saúde em 1988 para ampliar o conhecimento da população sobre a prevenção à doença. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), quanto mais cedo o diagnóstico, menores as chances de que as células cancerígenas invadam outros tecidos ou órgãos.

O Inca preconiza o rastreamento como metodologia de detecção de alguns cânceres. Atualmente, os cânceres de mama e do colo do útero podem ser rastreados, enquanto outros tumores cancerígenos de próstata, intestino, pele e boca, por exemplo, podem ser diagnosticados precocemente.

Um estudo recentemente publicado na revista científica The Lancet, intitulado “Efeito do rastreamento mamográfico a partir dos 40 anos na mortalidade pelo câncer de mama: resultados finais de ensaio clínico, randomizado e controlado”, mostrou que as mulheres que foram acompanhadas com mamografias a partir dos 40 aos 49 anos tiveram “redução substancial e significativa na mortalidade por câncer de mama(25%)”, se comparadas aquelas que não fizeram o rastreio.

É necessário que as pessoas fiquem atentas aos sinais que podem indicar lesões pré-cancerígenas ou cancerígenas em estágio inicial: nódulos, febre contínua, feridas que não cicatrizam, indigestão constante e rouquidão crônica são sintomas que devem ser investigados. Geralmente, as lesões mais avançadas apresentam outros prognósticos, como sangramento, obstrução de vias intestinais ou respiratórias e dor.

Os registros de câncer e do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Inca indicam que neste ano 309.750 dos homens brasileiros tenham algum tipo de câncer, sendo o de próstata o de maior incidência, com 65.840 registros, representando 29,2% dos casos. Para as mulheres, a estimativa é de 316.280 casos em 2020, e o câncer de mama é o mais predominante, com 29,7% ou 66.280 casos.

No Espírito Santo, estima-se que em 2020 cerca de 5.970 homens tenham câncer, a maioria de próstata (1.450) e 5.680 mulheres tenham a doença, com maior incidência nas mamas, com 870 notificações.

Além dos exames de rastreio e do acompanhamento dos sinais de enfermidades no corpo, mudanças de estilo de vida são indispensáveis. O cigarro, por exemplo, é responsável por 90% dos cânceres de pulmão, além de estar relacionado com câncer de pâncreas, laringe, cavidade oral e faringe. O álcool pode causar cânceres como o de boca, esôfago, estômago e intestino.

Praticar atividades físicas e manter-se no peso ideal, evitando acúmulo de gordura são atitudes que contribuem para uma vida mais saudável, assim como investir em uma dieta com variedade de alimentos de origem vegetal, como hortaliças, frutas, cereais e grãos integrais e menos carnes vermelhas, processados ou embutidos.

Para aqueles com histórico de câncer na família ou que já sejam pacientes oncológicos, o acompanhamento médico torna-se essencial. Não falte às consultas, garantindo a continuidade do tratamento.

Kitia Perciano é oncologista e membro da Sociedade Brasileira e Europeia de Oncologia.