Medo de anestesia? Relaxa!
Evolução das técnicas garante segurança no procedimento, mas especialista reforça importância da consulta pré-anestésica
Muita gente nunca ouviu falar, mas ela existe e é fundamental para evitar riscos à vida do paciente e também dar mais segurança ao trabalho dos médicos cirurgiões.
Trata-se da consulta pré-anestésica, que é quando o anestesista identifica a melhor opção para o paciente, e este pode tirar todas as dúvidas sobre a anestesia que será adotada.
Médico anestesista da Hypnos, Pedro Dettogni explica que essa consulta é fundamental nas cirurgias eletivas, ou seja, aquelas que não são de urgência.
“Ela geralmente é realizada no consultório do anestesista ou no hospital ou clínica onde será realizado o procedimento. Traz muita segurança para o paciente e reduz a ansiedade antes da cirurgia, pois é possível tirar todas as dúvidas e entender os motivos da anestesia que será adotada, além dos efeitos esperados no pós-operatório”.
A maior parte dos pacientes sente mais medo da anestesia do que da cirurgia de fato. Mas, segundo o médico, a medicina evoluiu muito e os problemas que no passado fizeram com que a anestesia fosse tão temida, hoje são muito raros.
“Atualmente trabalhamos com o que há de mais moderno em instrumentais médicos, novas técnicas, profundos conhecimentos e medicamentos de última geração. Tudo isso reduz o risco de complicações”, relatou Dettogni.
Segundo ele, há vários tipos de anestesia: geral, sedação, bloqueios do neuroeixo e bloqueios de nervos periféricos. Para cada cirurgia, o anestesista propõe a técnica adequada ao procedimento e ao paciente, que pode ter restrições no seu quadro clínico.
De acordo com ele, a anestesia geral segue sendo a mais temida.“Muitos pacientes relatam medo de acordar durante o procedimento ou de nunca mais despertar após o término da anestesia. Estas complicações, que eram comuns no passado, hoje são raras”.
O médico esclarece que a consulta pré-anestésica — onde são verificados histórico do paciente, condições físicas e de saúde e também hábitos de vida — está entre as razões da segurança.
Entre os questionamentos feitos ao paciente estão cirurgias realizadas anteriormente, uso de medicamentos, vício e uso de drogas e se ele sofre de alguma alergia.
“Dependendo da resposta, o médico suspende remédios, dá orientações e define a melhor opção de anestesia. Mas, em hipótese alguma, o paciente pode mentir ou omitir informações para não colocar em risco a própria vida”.
Saiba mais
Complicações
As complicações fatais em anestesia acontecem na ordem de 1 em cada 200 mil procedimentos. É possível que um anestesiologista atue durante décadas e não presencie nenhuma grave. Cerca de dois terços são complicações respiratórias associadas a problemas de ventilação e acesso às vias aéreas. O restante acontece nos sistemas cardiovascular e neurológico.
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