“A Cor Púrpura” em nova versão no cinema
Filme é baseado em romance de Alice Walker, vencedor do Pulitzer em 1983. Primeira adaptação foi de Spielberg, em 1985
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Destacando o poder feminino e a irmandade de três mulheres, uma nova versão de “A Cor Púrpura” chega aos cinemas do Espírito Santo a partir desta quinta-feira (08), com vários números musicais.
O filme é uma adaptação do espetáculo de sucesso homônimo que estreou na Broadway em 2005 e foi indicado a 11 prêmios Tony, maior premiação do teatro.
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Ambos são baseados em romance de Alice Walker, vencedor do Pulitzer de Ficção em 1983, assim como o longa de mesmo nome lançado em 1985 e dirigido por Steven Spielberg.
Na direção do novo drama musical está Blitz Bazawule, nome por trás de “Black Is King”, álbum visual de Beyoncé. Mas Spielberg volta para o filme inédito assumindo a direção ao lado de Oprah Winfrey – presente no elenco da primeira versão – e Quincy Jones.
A refilmagem conta a história de famílias afro-americanas na Geórgia durante o início do século 20. No centro desta trama está Celie, uma adolescente negra que vive sob a sombra do racismo nos Estados Unidos.
Em sua jornada, ela tenta superar os traumas deixados pelo abusos do pai e do marido ao longo dos anos e, para isso, contará com o apoio e a força de um grupo de mulheres que constroem uma irmandade.
A protagonista, antes interpretada por Whoopi Goldberg nos cinemas, agora é vivida na fase adulta pela cantora Fantasia Barrino, vencedora do Grammy .
O elenco ainda conta com Taraji P. Henson (“Estrelas Além do Tempo”) no papel da cantora Shug Avery e Danielle Brooks (“Orange is the New Black”), que reprisa a personagem Sofia, já interpretada anteriormente por ela mesma na Broadway.
Colman Domingo (“Euphoria”), Halle Bailey (“A Pequena Sereia”), Aunjanue Ellis (“King Richard”) e os cantores H.E.R. e Jon Batiste também aparecem na nova versão.
Oscar
A primeira adaptação da obra de Walker, lançada em 1985, recebeu 11 indicações ao Oscar, mas não venceu nenhuma. Desta vez, a nova versão do filme só conseguiu uma vaga para Danielle Brooks, como Melhor Atriz Coadjuvante.
A trilha sonora é uma atração à parte e conta com a presença da carioca Ludmilla, que colocou sua voz em “Girls”, ao lado de Dyo e V. Bozeman. Outros grandes nomes da música mundial, como Alicia Keys, H.E.R, Jennifer Hudson, Mary J. Blige, Megan Thee Stallion e Usher também estão presentes.
Amizade é o foco da história
Este “A Cor Púrpura” trata de um tema difícil: a vida de uma mulher negra marcada por episódios duros de machismo e racismo. Mas logo nos primeiros minutos a produção já dá indícios de que a violência não será o centro da trama, mas a amizade entre as protagonistas.
As jovens Celie, papel de Phylicia Mpasi, e Nettie, sua irmã, vivida por Halle Bailey, aparecem cantando, sentadas em um galho, no alto de uma árvore. Em seguida, Nettie guia a irmã, enquanto correm na orla de uma praia. A canção é leve e fala da forte conexão entre elas.
Depois, homens e mulheres, com roupas coloridas, dançam e entoam uma canção gospel, enquanto caminham para a igreja.
A trama segue embalada por músicas que, além daquelas religiosas, passam pelo soul, blues e R&B, cantadas pelo elenco estrelado que tem Fantasia Barrino – como Celie, na fase adulta –, Taraji P. Henson, Danielle Brooks e até o vencedor do Grammy Jon Batiste.
Quem dirige o musical é o cineasta ganense Blitz Bazawule. Seu desafio agora é trazer uma perspectiva nova para uma história que já foi contada de diferentes formas desde o lançamento do livro homônimo de Alice Walker, há 42 anos.
Na sua versão, Bazawule põe em primeiro plano a cumplicidade entre as protagonistas femininas, uma espécie de contraponto à violência e à solidão que marcam suas vidas.
A conexão entre o trio se torna um pilar importante para o desenvolvimento da personagem de Fantasia. As músicas acompanham a evolução da protagonista, tornando-se mais alegres e com voz mais marcante a cada passo dado por ela, como ao deixar para trás o marido violento.
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