"A Flor do Buriti", filme de Renée Nader e João Salaviza, é premiado em Cannes

O filme retrata os últimos 80 anos de história do povo indígena Krahô, do estado do Tocantins

Soraya Ursine* | 26/05/2023, 22:05 22:05 h | Atualizado em 26/05/2023, 22:05

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/140000/372x236/inline_00141066_00/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fimg%2Finline%2F140000%2Finline_00141066_00.jpg%3Fxid%3D552463&xid=552463 600w, João Salaviza e Renée Nader
 

Na mostra Um certo olhar (Un Certain Regard), a brasileira Renée Nader e o marido dela, João Salaviza, foram novamente premiados em Cannes. Desta vez com o filme "Crowrã - A Flor do Buriti" receberam nesta sexta-feira (26) o prêmio Melhor equipe (Prix pour l’ensemble) na mostra, onde já foram premiados em 2018 com o prêmio do Júri.

O filme é uma imersão nos últimos 80 anos de história de indígenas da etnia Krahô, no estado do Tocantins.

Leia mais conteúdos sobre o Festival de Cannes aqui

Relata a história deste povo em três momentos distintos: o massacre sofrido pelos agricultores nos anos 40, a destruição cultural que sofreram no período da ditadura em 1964, e o momento atual que vivem com as politicas governamentais atuais.

Foram 15 meses vividos em meio a este povo, que levaram o casal a concluir este segundo trabalho, intenso que resultou em um longa metragem de duas horas, com uma imersão nos seus costumes, mostrando de perto o convívio deste povo com os animais e a natureza.

O filme documenta a perseverança e luta do povo Krahô pelo seus direitos, durante as mudanças de governos e regimes pouco sensíveis as causas indígenas.

Em entrevista A Tribuna, o casal fala deste trabalho de pesquisa e dos absurdos que foram descobrindo, como o fato de no período de ditadura militar, os homens das aldeias foram requisitados pelo Exército e as aldeias ficaram entregues as mulheres e crianças que se sentiram indefesos.

São vários relatos de histórias vividas que ilustram o filme através de três personagens das três aldeias.

O prêmio vai dar ao filme a visibilidade internacional para o alerta do que se passa no Brasil com os povos indígenas.

*Soraya Ursine é correspondente de A Tribuna no Festival de Cannes

SUGERIMOS PARA VOCÊ: