Privatização do porto valoriza áreas em Vitória e Vila Velha

Processo iniciado pelo governo federal fez crescer a procura por terrenos no entorno. Corretores de imóveis estão na expectativa

Greg Poloni, do jornal A Tribuna | 03/08/2022, 17:02 17:02 h | Atualizado em 03/08/2022, 17:03

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/120000/372x236/inline_00121196_00/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fimg%2Finline%2F120000%2Finline_00121196_00.jpg%3Fxid%3D369574&xid=369574 600w, Vitória vista de Argolas, região portuária canela-verde: prefeitura local quer mudar nome para Porto de Vila Velha
 

Os investidores estão de olho nos terrenos no entorno do complexo portuário de Vitória, desde o anúncio da privatização da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa). 

A companhia tem cerca da metade das suas áreas ao redor do complexo ociosas, o que agora, com a privatização, começa a atrair investidores de olho no crescimento do setor no Estado.

Cerca de 93% da área portuária da Codesa fica em Vila Velha, segundo o secretário de desenvolvimento econômico do município, Everaldo Colodetti. “O prefeito até pretende brigar para que o nome passe a se chamar 'Porto de Vila Velha' em vez de 'Porto de Vitória', o que faz mais sentido pela área ocupada”, comenta Colodetti.

A região está atraindo muitas empresas de logística, segundo ele, e a privatização do porto deve aumentar a procura de  investidores por áreas próximas para instalarem suas empresas, o que deve valorizar ainda mais o local.

Já há grandes empresas se instalando no entorno, relatou o secretário, ao afirmar que a região, além do contato com o porto, está próxima de vias de acesso como a avenida Carlos Lindenberg e a rodovia Darly Santos, o que facilita o escoamento de produtos, dando a mobilidade necessária para grandes operações.

“A expectativa é de que esses investimentos levem o município a terminar o ano com mais de  15 mil empregos diretos criados neste ano, superando a marca de 6 mil empregos do ano passado”, enfatizou o secretário.

A corretora de imóveis Nilma Martins disse ser grande a expectativa dos profissionais do setor com a venda da Codesa, e que já é possível observar uma movimentação grande de investidores procurando por áreas e imóveis na região.

“É promissor (o processo de privatização). Acho que a tendência é ter muitos investimentos, tanto em Vila Velha quanto em Vitória, vindo de gente de fora, estrangeiros procurando”, explica Nilma.

Valorização

Segundo reportagem publicada por A Tribuna no dia 11 de março, as cidades de Vitória e Vila Velha estão entre os cinco municípios do País com os maiores índices de valorização imobiliária, de acordo com o CEO da Imobi Group, Thiago Abreu.

Atração de empresas e empregos

Outras áreas do município de Vila Velha também atraem os olhos de investidores, como os bairros da região 5, a Grande Jucu, que abrange os bairros de Barra do Jucu, Interlagos, Terra Vermelha, Santa Paula, Ponta da Fruta, entre outros. 

O secretário de desenvolvimento econômico do município Everaldo Colodetti diz que é esperado a criação de mil empregos diretos com a chegada de dois grupos de supermercados varejistas que irão construir na região.

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/120000/372x236/inline_00121196_01/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fimg%2Finline%2F120000%2Finline_00121196_01.jpg%3Fxid%3D369575&xid=369575 600w, Trecho da ES-388: investimento
 

A  rodovia ES-388, que liga a BR 101 com a Rodovia do Sol cortando a cidade é outro destaque que está atraindo o interesse de grandes empresas, de acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Espírito Santo (Sinduscon-ES), Douglas Vaz.

Ele aponta que a região de Xuri está estruturada para receber empresas e indústrias de grande porte, e que isso, aliado ao fato de facilidade de locomoção e escoamento de produção por meio de todas as rodovias que cortam o local, deve atrair cada vez mais investidores, valorizando muito as áreas e empreendimento da região.

Governo federal prevê criação de mais 15 mil vagas

A privatização da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) deve criar 15 mil empregos diretos e indiretos no Estado, de acordo com dados do Governo Federal.

A previsão inicial é de R$ 334,8 milhões em investimentos privados, além de cerca de  R$ 1 bilhão para despesas operacionais.

O contrato de concessão negociado é de  35 anos, podendo ser prorrogado por mais cinco anos. Ele  contempla a administração do porto e a exploração indireta das instalações dos portos de Vitória e Barra do Riacho.

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/120000/372x236/inline_00121196_02/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fimg%2Finline%2F120000%2Finline_00121196_02.jpg%3Fxid%3D369576&xid=369576 600w,
   

Cris Samorini, presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), comentou  sobre o impacto da privatização da companhia.

“O Porto de Vitória, requalificado em seus acessos rodoviários, ferroviários e marítimos, tem o potencial de cumprir um importantíssimo papel na atração de oportunidades de novos empreendimentos ao Estado, bem como da ampliação da atividade produtiva já existente e do volume de exportações”, explica Cris.  

Ela também comenta que o Porto de Barra do Riacho, que faz parte do complexo privatizado, é anunciado como promissor, por possuir todas as    características necessárias para assumir a posição de ser um dos complexos industriais mais importantes do país, e  que isso traria mais dinamismo e competitividade para o Estado.

Saiba mais

Investimentos na privatização 

- O contrato de venda da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa)deve ser assinado até o próximo dia 23.

- O contrato estipula a concessão do complexo portuário e a exploração indireta das instalações dos portos de Vitória e Barra do Riacho, por  35 anos, prorrogável por mais cinco anos

- A previsão é que sejam investidos mais de R$ 1 bilhão em despesas operacionais e R$ 334,8 milhões  em investimentos privados 

- A criação de 15 mil empregos diretos e indiretos é esperada com a privatização

Áreas valorizadas

- A privatização da Codesa fez os investidores voltarem suas atenções para  as áreas no entorno do complexo portuário

- A procura por imóveis e locais para construção em Vila Velha aumentou, o que está valorizando as áreas no entorno, com procura até mesmo de investidores estrangeiros

- Do lado de vitória, a prefeitura espera que a nova administração da companhia converse com a gestão, que tem interesse nos galpões  do Centro para dar continuidade no projeto de revitalização da região, já que não são exclusivos para atividade portuária, de acordo com o secretário de Desenvolvimento da Cidade e Habitação Marcelo Oliveira.  

Fonte: Prefeitura de Vitória e Prefeitura de Vila Velha

SUGERIMOS PARA VOCÊ: