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Economia

Mais namoro entre colegas de trabalho no home office

A distância encorajou quem já tinha interesse a dar o primeiro passo, com ajuda da tecnologia. Troca de mensagens se tornou determinante


Imagem ilustrativa da imagem Mais namoro entre colegas de trabalho no home office
Andreza e Eduardo resolveram dar um passo a mais na relação com o homeoffice. |  Foto: Douglas Schineider/AT.

Em vez de afastar, o home office acabou por aproximar os colegas de trabalho, aumentando o número de relacionamentos amorosos entre eles. 

Uma pesquisa da   Sociedade para a Gestão de Recursos Humanos (SHRM), nos EUA, com 550 entrevistados, apontou que um terço deles iniciou ou manteve um relacionamento amoroso com um colega de trabalho na pandemia. 

O estudo também retrata a realidade brasileira e do Espírito Santo, segundo empresas e especialistas. 

 A distância encorajou, por exemplo, aqueles que já tinham um interesse em algum colega  a dar o primeiro passo  intermediado pela tecnologia. Com troca de mensagens e emojis, as investidas ficaram mais fáceis, principalmente para os mais tímidos. 

Entre aqueles que já se relacionavam, muitos viram a oportunidade de experimentar como seria compartilhar a vida, experimentando morar juntos, dando mais um passo na relação.   

Dessa forma, os dados apontam que, em vez de diminuir, os relacionamentos românticos entre colegas  aumentou  6%  durante o home office, quando comparado  à 2019.  No Brasil, profissionais da área de RH apontaram ter percebido a mesma tendência.     

Casais que são colegas de trabalho e começaram a namorar durante o home office  estão conversando sobre como vão enfrentar a situação. Contar ou não para gestão de pessoas da empresa? Há obrigação de se expor?    Com lidar com isso?  

Para a especialista em Pessoas e Carreiras Gisélia Freitas,    se for um relacionamento sólido, o ideal é contar para o RH ou para a liderança direta. “Se a pessoa com quem está namorando é liderança direta, então é preciso ir ao RH por uma questão de etiqueta de conduta, de bom senso. É importante deixar as coisas claras”. 

Ela esclareceu que as situações mais complicadas são as que envolvem hierarquia. “Às vezes, colocam o casal em  atividades diferentes ou em unidades diferentes”.

A diretora da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-ES) Renata Guimarães destacou que ninguém escolhe onde e quando vai se apaixonar. “O relacionamento não pode impactar no ambiente de trabalho. É preciso evitar demonstração efetiva de afeto. Ser transparente e não esconder o namoro”.

Vida compartilhada

O líder de regulatórios Eduardo Zupelli e a designer de conteúdo Andreza Ramos Xavier, ambos de 29 anos, se conheceram na empresa onde trabalham e começaram a namorar. “Conhecê-la   profissionalmente foi um ponto de partida”, contou Zupelli.

Atuando na mesma empresa, quando veio comunicado que era para entrar em home office, os dois deram mais um passo na relação: decidiram compartilhar não só o escritório, mas a casa. 

“Em um momento difícil para todo mundo, de incerteza, de medo, termos um ao outro foi importante”, lembrou Andreza.  A experiência deu tão certo que o trabalho já voltou a ser feito de forma presencial e o que antes era “apenas a casa”, se tornou o lar do casal.

Muitos ainda estão “às escondidas”

 Muitos daqueles que começaram a se relacionar com um colega de trabalho durante a pandemia estão enfrentando um dilema. A questão é que, antes de  contar para gestão de pessoas da empresa onde trabalha, muitos querem  mais tempo para  se certificar de que é um relacionamento sólido, que tende a dar certo. 

Além disso, outros fatores influenciam. Por exemplo, o salário. Quando um dos dois tem um salário muito alto, existe o receio ser demitido, mesmo que sem justa causa,  e  de não encontrar os mesmos ganhos em outro lugar.

Mas há também aqueles que estão mais decididos e colocam o relacionamento em primeiro lugar. Dessa forma, se apresentam à empresa dispostos a enfrentar as consequências previstas em nome do amor. 

 A especialista em Pessoas e Carreiras Gisélia Freitas destacou que  é importante ter consciência das regras da empresa, que devem ser claras. Ela destacou que muitas corporações  não são contra o namoro entre colaboradores. 

“Voltando ao presencial, esses profissionais estão tendo que rever como vai ser feito esse namoro. Muitos deles estavam às escondidas, agora almoçando juntos, lanchando, dando carona….”, destacou. Com esse comportamento, a tendência é que os colegas comecem a desconfiar.

Não pode interferir no trabalho

As empresas estão mais abertas em relação a relacionamentos amorosos entre colaboradores, já que é no trabalho que eles passam a maior parte do tempo. Muitas vezes, entre colegas, há afinidade, admiração, criação de um vínculo e   podem surgir outros tipos de sentimentos.

- Interferência 

O que não pode acontecer é a vida pessoal interferir no trabalho de forma anormal. Como seres humanos, às vezes, o relacionamento não vai bem e isso tem consequências sobre o trabalho. Independente de trabalhar na mesma empresa ou não. 

O problema é quando a forma de se relacionar com o outro dentro da empresa interfere no trabalho, por exemplo, com brigas, cenas de ciúmes, carícias.  

- Recomendação

Em alguns casos, em que a empresa está mais embasada, como quando há conflito de interesses entre os cargos dos empregados que estão tendo um relacionamento amoroso, as regras podem ser mais rigorosas.

A empresa pode recomendar que determinados empregados de terminados cargos não estabeleçam um vínculo amoroso. 

Mas se acontecer, não podem puni-los por isso. Apenas podem  estabelecer uma negociação da situação.   

- Temporalidade

No caso em que os casais já estavam juntos antes de serem contratados, as empresas devem olhar com mais cautela, afinal já era sabido que se tratava de um casal.

- Demissão

O namoro em si entre colegas de trabalho não pode ser motivo para demissão por justa causa.

O que pode levar a esse tipo de demissão é o descumprimento das regras da empresa em relação ao comportamento dentro da corporação.

Nesses casos, o colaborador é demitido após uma advertência verbal, três escritas e suspensão. Ou em casos extremos como sexo explícito.

Empresa não pode proibir romances

 O medo de assumir um relacionamento amoroso com um colega de trabalho e ser demitido é comum. Contudo, é preciso entender o que realmente as empresas podem fazer em relação ao tema.

 “A jurisprudência brasileira tem entendido que é discriminatória a dispensa em razão de relacionamento e que é abusiva a previsão desta proibição em regulamento interno da empresa”, explicou o  assessor jurídico de Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-ES), Caio Kuster.

Segundo ele,  hoje é inadmissível uma empresa proibir relacionamentos entre colegas de trabalho. “O que ela pode determinar é que dentro da empresa as pessoas não externalizem atos afetivos”.

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Caio Kuster contou caso em que um dos empregados teve de deixar cargo. |  Foto: Reprodução/ Divulgação.

Mas há situações em que pode haver conflito de interesses. Como exemplo, o advogado  relatou que  uma gerente financeiro de uma empresa  deixou o posto por causa desse tipo de situação. 

Surgiu uma oportunidade para controler nessa mesma empresa, que foi assumida pelo marido dela. “Como o controler é que aprova as despesas que o gerente financeiro coloca na mesa dele para aprovar, a empresa deu um tempo para que os dois decidissem qual deles iria deixar o cargo”, contou.

Ele explicou que em  casos em que há conflito de interesses pode haver uma orientação para que esses profissionais não se relacionem no código de ética e conduta, desde que tenha uma justificativa muito bem fundamentada. 

Mas se mesmo assim o casal quiser namorar,  a presunção é de inocência e a proteção à intimidade e privacidade. Por isso, a empresa não pode demiti-los por justa causa. Mas o  medo desses casais é  da demissão sem justa causa. 

 O CEO da Heach Elcio Paulo Teixeira explicou que algumas empresas têm políticas em que orientam que não haja relacionamento amoroso entre colaboradores.  “A partir daí, se alguém quebra essa regras,  pode ser desligado. Não por justa causa, mas por  descumprir algo que pré-acordado”.

O advogado trabalhista Igor Vinícius Fonseca detalhou  que a demissão  por justa causa  pode acontecer por descumprimento às regras dentro da empresa,  após uma advertência verbal, três escritas e suspensão. Envolve  situações  desencadeadas a partir do  relacionamento, como brigas na empresa,  favorecimento.

Separação de setores

Colegas de trabalho que começam a comparecer à firma mais produzidos, perfumados e felizes levantam suspeitas. E, cada vez mais, as empresas estão entendendo é que natural do ser humano se relacionar e que isso é comum de acontecer entre colegas.  

Em alguns casos, por questões logísticas,  as empresas optam por separar os casais de setores. Em outros, há exemplos práticos    sobre como casais que trabalham no mesmo setor podem comprometer o serviço,  como destaca a   especialista em Pessoas e Carreiras Gisélia Freitas.

 Ela contou o caso de dois técnicos hospitalares que começaram a namorar. Eles iam juntos para o hospital e sofreram um acidente, deixando o posto de trabalho sem plantonista.  “A empresa  tem o direito de se blindar em relação a esse tipo de imprevistos”, explicou. 

 O problema é quando a situação se repete e vai criando um clima desagradável. “Há casos  em que o casal termina o relacionamento e um dos dois começa a se relacionar com outra pessoa da mesma empresa”, lembrou. 

 Colegas vão trocar alianças

A recepcionista Thayane Rodrigues Moraes, 20, e o técnico em Radiologia Eduardo Santos Costa da Silva, 22, se conheceram no trabalho e estão noivos. Tudo começou quando eles trabalhavam na mesma filial, em setores diferentes, que se relacionavam. 

 Thayane revelou que juntos eles decidiram contar para coordenadora sobre o relacionamento. “Ela explicou  que no local de serviço não pode ter chamego.  Devemos nos tratar como colegas”, revelou Eduardo.  

A coordenadora de RH da Odonto Scan Giovana Decotti Rodrigues explicou que a empresa não contrata parentes ou casais, mas que nada impede que pessoas que se conheceram lá se relacionem. “Eles formaram um casal bonito”, elogiou.

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