Leilão de bens de supermercado falido

Serão oferecidos 24 imóveis da rede Santo Antônio, que atuava no litoral Sul, destaque para Guarapari. Valor total é de R$ 25 milhões

João Vitor Gomes e Roberta Bourguignon, do jornal A Tribuna | 30/01/2024, 05:00 05:00 h | Atualizado em 29/01/2024, 18:30

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/160000/372x236/Leilao-de-bens-de-supermercado-falido0016536400202401291830/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fimg%2Finline%2F160000%2FLeilao-de-bens-de-supermercado-falido0016536400202401291830.jpg%3Fxid%3D720454&xid=720454 600w, Região de Guarapari onde está  uma das lojas (destacada) que vai a leilão: imóvel avaliado em R$ 17 milhões

Vinte e quatro imóveis que pertencem aos proprietários do antigo Supermercado Santo Antônio, de Guarapari, irão a leilão em fevereiro. A disputa contempla salas comerciais, lojas, um imóvel comercial — onde funcionou o supermercado — e um grande terreno próximo ao antigo pedágio da Rodovia do Sol.

O patrimônio, avaliado em R$ 25 milhões, será utilizado para o pagamento de dívidas trabalhistas. De acordo com advogado Edson Lourenço, que representa parte dos credores, cerca de 350 ex-funcionários deverão ter o passivo quitado após o leilão.

Os lances poderão ser dados até o próximo dia 7 de fevereiro, de forma virtual, pelo site da leiloeira Colodete Leilões. De acordo com o leiloeiro Mauro Colodete, a estrutura do antigo supermercado é avaliada em R$ 17 milhões.

Apenas de dívida trabalhista, a empresa possui R$ 25 milhões pendentes. Contando com outros credores, como fornecedores, bancos e impostos devidos à administração pública, o valor devido chega à ordem de bilhões.

A empresa teve a falência decretada em 1º de dezembro de 2022, pela Vara de Recuperação Judicial e Falência de Vitória. Considerado tradicional no município, o supermercado funcionou por mais de 50 anos no imóvel que será leiloado, no bairro Muquiçaba.

Outras sete filiais em Guarapari e Anchieta também chegaram a pertencer ao grupo. A situação começou a piorar próximo ao verão de 2020, quando foi começou a ser percebida a falta de produtos nas prateleiras.

A rede promoveu, então, a troca de máquinas de cartão de crédito, suspendeu o plano de saúde dos funcionários e contraiu diversas dívidas com fornecedores.

Devido ao problema financeiro, as lojas da empresa chegaram a ser vendidas para a holding paulista DX Group, mas em poucos meses os antigos empresários alegaram descumprimento no contrato, entraram na Justiça e conseguiram retomar a gestão.

Com o retorno dos proprietários, as dívidas aumentaram, e a demissão em massa se iniciou. Até que em julho de 2020 foi anunciado o fim das atividades e todos os funcionários deixaram as lojas sem receber seus direitos trabalhistas.

Dívida total da rede chega à casa do bilhão

Supermercados Santo Antônio

O leilão dos imóveis será em duas etapas. A primeira com 100% do valor de avaliação e a segunda, caso necessária, com o preço reajustado.

A previsão é que sejam arrecadados R$ 25 milhões na primeira etapa.

Só a estrutura do antigo supermercado, no bairro Muquiçaba, é avaliada em R$ 17 milhões. Lá funcionou por 50 anos a principal loja da rede e hoje é alugado para outro supermercado.

A estrutura possui uma área construída de 4,2 mil metros quadrados, contando com três pavimentos e vagas de garagem.

Há ainda um grande terreno 60 mil metros quadrados ao lado do antigo pedágio da Rodovia do Sol, avaliado em R$ 2,5 milhões.

Um prédio com 10 apartamentos, cinco lojas e duas salas comerciais estará no leilão. Os espaços residenciais vão de R$ 400 mil a R$ 500 mil, com até 90 metros quadrados

Já as lojas são de R$ 490 mil e R$ 760 mil, com espaço de 41 m² e 142 m² respectivamente. As salas são avaliadas em R$ 250 mil, com espaço indo de 48 m² a 67 m²

Fonte: Colodete Leilões e pesquisa AT

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