Jovens vão ganhar até 31% menos que os pais no futuro

| 07/06/2020, 20:40 20:40 h | Atualizado em 07/06/2020, 20:43

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-06/372x236/dinheiro-carteira-de-trabalho-75ecef65e1a09c25fbe7f01fc7056ce5/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-06%2Fdinheiro-carteira-de-trabalho-75ecef65e1a09c25fbe7f01fc7056ce5.jpeg%3Fxid%3D125953&xid=125953 600w, Carteira de trabalho e dinheiro: novos profissionais correm risco de ficar presos a atividades menos qualificadas

Com o aumento previsto no desemprego, efeito da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus e a recessão global projetada para este ano, as próximas gerações podem ter salários menores no futuro.

De acordo com levantamento do Instituto Superior em Negócios, Direito e Engenharia (Insper), que analisou os efeitos do ingresso no mercado de trabalho em épocas de recessão econômica, o crescimento do desemprego pode causar perdas salariais de até 31% para as gerações futuras.

O estudo, assinado pelos pesquisadores Paulo Jose Mencacci Costa, Bruno Kawaoka Komatsu e Naercio Aquino Menezes Filho, indica que uma alta taxa de desemprego no ano de ingresso no mercado de trabalho tem impactos negativos no longo prazo nos rendimentos médios, além de aumentar a sua taxa de desemprego futura.

“Jovens que entram no mercado de trabalho em condições de recessão não adquirem a experiência necessária (há uma lacuna de experiência enquanto procuram por emprego ou se ocupam em empregos de menor qualificação). Essas dificuldades iniciais geram impactos negativos persistentes nos salários no longo prazo”, afirma a pesquisa.

Desemprego

O estudo não considerou os impactos específicos da pandemia do novo coronavírus no mercado de trabalho. Entretanto, o aumento nas taxas de desemprego já vem se tornando um efeito mundial.

Os Estados Unidos, por exemplo, tiveram a maior perda de empregos da história em abril, fechando mais de 20 milhões de vagas e elevando a taxa de desemprego de 4,4% para 14,7% naquele mês. Em maio, a taxa recuou para 13,3% no país.

Já no Brasil, a taxa de desemprego subiu para 12,6% no trimestre encerrado em abril.

Segundo os pesquisadores, há também a possibilidade de aqueles que ingressam no mercado de trabalho em épocas de desemprego alto ficarem presos a atividades menos qualificadas, não restando a opção de sair do emprego e esperar melhores condições.

“Entrar no mercado de trabalho em períodos de recessão pode ter impactos negativos determinantes no futuro desses indivíduos”, diz a pesquisa.

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