Famílias reduzem conta de luz em até 90% com uso de energia solar no Estado

Mais do que dobrou o número de famílias que investiram em placas no Estado. Excedente ao dia vai para a EDP e é entregue à noite

Verônica Aguiar, de Jornal A Tribuna | 08/08/2022, 14:43 14:43 h | Atualizado em 08/08/2022, 15:29

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O uso de energia solar só faz crescer no Estado. Um ano atrás, 4.565 famílias usavam a geração a partir da radiação do sol. Pois, um ano depois, esse número mais que dobrou: são 12.250 residências conectadas à EDP que utilizam a geração alternativa. 

E essas famílias reduzem a conta em até 90%, caso da advogada Karyna  Araújo, 33 anos. Ela e a família instalaram 24 placas para abastecer a residência dela e dos pais.

Durante o dia, a família utiliza  a energia gerada na hora: “O que sobra vai para a EDP, que armazena e entrega para gente durante a noite. Todo mês sobra um pouco de energia, e esse valor é acumulado para que a gente possa abater em outra residência que esteja no nosso nome ou quando a gente produzir menos do que consumir.” 

A previsão é que em no máximo 4 anos a família quite o financiamento de R$ 50 mil para o investimento e pague apenas a tarifa mínima de energia. Mas a economia já é sentida no bolso. 

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 “A prestação do financiamento para a instalação, somada à conta de luz que pagamos hoje, tem um valor mais baixo do que a conta de energia que pagávamos antes. Sentimos a economia desde o primeiro mês”, contou ela, ao lado dos filhos, Lucas, 7 anos, e Gael, 5. 

O especialista em energia Rafael Castro, diretor de Expansão na Aruna Energia Solar, explicou que  o investimento na geração a partir do sol está valendo muito a pena. 

Para ele, foi um processo de evolução que vem acontecendo principalmente de 2012 para cá, com a regulamentação, e  a partir de 2017 como uma aceleração no mercado.

“A demanda foi aumentando no mundo todo, e os custos foram se reduzindo. A cadeia começou a ficar viável. Em 2019 chegamos a um patamar ideal. Hoje a cadeia está bem estabelecida. É um mercado que já está bem segmentado”. 

Mas ele entende que esse investimento vale a pena, do ponto de vista econômico,  para consumidores com contas de luz de R$400 para cima, já que o retorno, nesses casos, se dá em quatro anos.  

O engenheiro e sócio-administrador  da A&G Solar Guido Alves Agrizzi destacou que a conta de luz não é zerada. “De todo jeito tem que pagar uma taxa mínima”. Essa tarifa  é como se fosse um retorno  pelos investimos que a concessionária faz na rede.

SAIBA MAIS 

Como funciona 

- As placas fotovoltaicas normalmente são instaladas  no telhado  das residências. Quando a luz do sol entra em contato com elas, gera energia elétrica. A corrente e tensão que saem das placas ainda não é adequada para o funcionamento dos aparelhos doméstico. 

- Por meio de um equipamento eletrônico chamado inversor, essa energia é adequada ao uso residencial, geralmente com tensão de 127 ou 220V. A energia gerada pelas placas é usada diretamente pelos equipamentos e o excedente é injetado na rede elétrica, acumulando créditos para serem usados a noite e em momentos com pouca luz do sol ou em outra residência com a mesma titularidade.

Residências 

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- Um total de 12.250 residências conectadas à EDP utilizam a energia solar no Espírito Santo. Elas  conseguem reduzir a conta de luz em até 90%, por meio da energia gerada pela radiação solar.

Prédios

- Já no caso dos prédios, é recomendada a instalação do sistema na cobertura  para usofruto do condomínio. O sistema é utilizado para alimentar as áreas comuns do condomínio, como motor de piscina, academia, sauna e o morador acaba tendo a redução na parcela da taxa de condomínio.

- Para redução da conta de luz dos apartamentos, ainda é considerado inviável. Teria que criar uma subdivisão muito grande do sistema, entre outros complicadores.

Números

- Número de clientes da EDP utilizando energia solar:  18.066.

- Residencial: 12.250

- Comércio: 2.875

- Rural: 2.756

- Industrial: 106

- Poder Público: 79

Sistemas

OFF- GRID

- O SISTEMA Off-Grid não é conectado à rede da concessionária. É autônomo, caro e funciona mesmo em uma situação de blecaute, por exemplo. 

- Ele é alimentado por baterias quando não há a luz do sol. Geralmente é utilizado em locais onde não há sistemas de iluminação pública. Além disso, é um contrassenso utilizar energia limpa e bateria, que pode causar problemas ambientais irreparáveis.

ON- GRID

- O sistema mais utilizado no Espírito Santo é o on-grid. O consumidor que está produzindo a energia se conecta a  rede. Ele   utiliza a energia para o consumo próprio e envia o excesso para a rede.

- Se faltar energia, a residência desse consumidor também será afetada, já que o sistema não é autossuficiente. Quando não tem sol, ele também utiliza a energia da concessionária. No fim do mês, o cálculo da conta é feito com base no que ele gerou e consumiu.

HÍBRIDO

- HÁ TAMBÉM o sistema híbrido que trabalha conectado à rede da concessionária, mas tem também um banco de bateria, se faltar energia pela concessionária, o sistema de bateria entra em ação. Nesse sistema, durante o dia são abastecidas a casa e a bateria.

Tarifa mínima

- O consumidor não consegue zerar a conta de luz. Ele vai pagar uma tarifa mínima, mesmo quando gerar mais energia que consumir.  Essa tarifa  é como se fosse retorno pelos investimentos que a concessionária tem de fazer para que ele possa acessar a rede.

 - Elevaria de acordo com o padrão deconsumo de cada consumidor, com a localidade e consumo noturno:

- Relógio monofásico:  30 kw/h.

- Relógio bifásico: 50 kw/h.

- Telógio trifásico: 100 kw/h.

- A tarifa mínima independe do uso ou não da energia solar.

Fonte:  Paula Sarmeng, Thierry Ribeiro dos Santos, Rafael Castro, Guido Alves Agrizzi e pesquisa AT.

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