Salários iguais para homens e mulheres

É o que defendem as ONGs e instituições que disputam o Prêmio Elas, do governo do ES, para reduzir diferenças de gênero

Redação do Jornal A Tribuna | 17/10/2023, 15:18 15:18 h | Atualizado em 17/10/2023, 15:20

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/150000/372x236/Salarios-iguais-para-homens-e-mulheres0015287700202310171518/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fimg%2Finline%2F150000%2FSalarios-iguais-para-homens-e-mulheres0015287700202310171518.jpg%3Fxid%3D646061&xid=646061 600w, Luta contra a disparidade salarial entre homens e mulheres é uma preocupação do governo do ES

A disparidade salarial entre homens e mulheres, em que as mulheres geralmente ganham menos do que os homens no mesmo cargo ou em posições equivalentes, é uma preocupação do governo do Estado, que reconhece, com o Prêmio Elas, as instituições que ajudam mulheres a se sustentarem, assim como suas famílias, através do empreendedorismo. A igualdade de gênero é um dos eixos do prêmio, que terá edital publicado na sexta-feira (20).

O incentivo pode ajudar a promover a igualdade de gênero de diversas maneiras.

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“Por ser um prêmio voltado a reconhecer e a apoiar mulheres, pode encorajar mais mulheres a se candidatar a oportunidades, como bolsas de estudo, cargos de liderança ou financiamento para seus projetos. Isso pode quebrar barreiras e desafiar estereótipos de gênero”, argumenta Barbarah Brasil, gerente da Secretaria Estadual das Mulheres.

Para ela, ao destacar e premiar mulheres bem-sucedidas em suas áreas de atuação, o prêmio pode servir como um exemplo inspirador para outras mulheres, encorajando-as a buscar suas próprias ambições e objetivos.

“Isso pode ajudar a criar um ciclo virtuoso de mulheres se apoiando e incentivando mutuamente.”

Rendimento

Os números mostram a importância dessa luta pela igualdade de gênero. Em 2018, o rendimento médio das mulheres foi 20,5% menor do que o dos homens, nos mesmos cargos. E, embora tenham passado a trabalhar de forma remunerada, isso não as isentou do trabalho doméstico. Afinal, geralmente elas são as responsáveis por limpar a casa, lavar as roupas, cuidar dos filhos.

De acordo com pesquisa do IBGE, as mulheres gastam o dobro do tempo dos homens em atividades domésticas. Enquanto eles gastam em média 10,9 horas por semana, as mulheres gastam 21,3 horas.

Roda de conversa sobre a igualdade de gênero é uma das formas que mulheres encontram para discutir o problema que vivenciam diariamente.

Coordenadora geral do Movimento Juventude Terreiros ES, Ana Karolina Oliveira desenvolve várias ações nas instituições em que trabalha para reduzir as diferenças de gênero, raciais e de religião.

“Passamos por várias dificuldades, principalmente quando assumimos posição nas instituições”, afirma Ana Karolina.

Projetos são rede de apoio a elas 

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Projetos sociais e organizações não governamentais (ONGs) desempenham um papel fundamental na promoção da igualdade de gênero, já que muitas vezes desenvolvem programas de conscientização e educação sobre esse tema.

Através de campanhas de sensibilização, workshops, palestras e eventos, educam a sociedade sobre os desafios que as mulheres e outros grupos enfrentam em relação à igualdade de gênero.

O projeto social Cine Por Elas, por exemplo, tem a principal função de ser uma rede de apoio para as mulheres. Um lugar de acolhimento e informação. “O que aprisiona bastante essa mulher é a romantização do termo guerreira. Com os filmes e ações vamos quebrando essas imagens e tornando essa mulher mais consciente”, explica Fabíola Mozine, idealizadora do projeto.

Ela acredita que a missão no coletivo é informar para que as mulheres saibam dos seus direitos, aconselhar com indicação de cursos e ações, criar espaço para trocar experiências de mercado, mas, principalmente, ser um espaço seguro para essas mulheres terem um tempo para elas, com acesso à cultura e arte, sem pressão ou julgamentos.

Roda de conversa sobre a igualdade de gênero é uma das formas que mulheres encontram para discutir o problema que vivenciam diariamente.

Coordenadora geral do Movimento Juventude Terreiros ES, Ana Karolina Oliveira desenvolve várias ações nas instituições em que trabalha para reduzir as diferenças de gênero, raciais e de religião. “Passamos por várias dificuldades, principalmente quando assumimos posição nas instituições”, afirma Ana Karolina.

Ao premiar e reconhecer mulheres realizando um trabalho excepcional, o Prêmio Elas pode contribuir para uma mudança cultural mais ampla, onde as conquistas são valorizadas.

Barbarah Brasil, assistente social: "Reflete desigualdades profundas e estruturais"

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Promover a igualdade de gênero é uma tarefa desafiadora e que tem uma gerência específica para tratar do tema na Secretaria Estadual das Mulheres. Quem comanda a área é a assistente social Barbarah Brasil. Nesta entrevista, ela destaca as ações e políticas públicas que devem ser implementadas.

A Tribuna - O Prêmio Elas pode ajudar a diminuir a desigualdade de gênero?

O prêmio de incentivo pode ajudar a promover a igualdade de gênero de diversas maneiras. Primeiramente, um prêmio específico voltado para reconhecer e apoiar mulheres pode encorajar mais mulheres a se candidatar a oportunidades, como bolsas de estudo, cargos de liderança ou financiamento para projetos.

Além disso, ao destacar e premiar mulheres bem-sucedidas em suas áreas de atuação, o prêmio pode servir como um exemplo inspirador para outras mulheres, encorajando-as a buscar suas próprias ambições e objetivos.

- Como a visibilidade gerada pelo prêmio pode alcançar as mulheres?

Ao destacar o trabalho e os sucessos de mulheres em diferentes áreas, o prêmio pode ajudar a desafiar estereótipos de gênero e ampliar a representação e participação das mulheres em setores historicamente dominados por homens. Ao premiar e reconhecer mulheres realizando um trabalho excepcional, o prêmio pode contribuir para uma mudança cultural mais ampla, onde as conquistas e contribuições das mulheres são valorizadas e respeitadas da mesma forma que as dos homens.

Isso pode ajudar a quebrar a desigualdade de oportunidades e barreiras sistêmicas que ainda existem para as mulheres em muitas áreas da sociedade.

- A disparidade salarial é o pior problema?

Sim, a disparidade salarial entre mulheres e homens desempenha um papel central no debate sobre igualdade de gênero. No mesmo cargo e com a mesma qualificação, é comum que as mulheres recebam salários inferiores aos dos homens. Essa diferença salarial é um fenômeno global e persistente que reflete desigualdades profundas e estruturais na sociedade.

A busca por igualdade salarial é um dos principais objetivos do movimento feminista e um tema de grande destaque na luta por equidade de gênero.

- De que forma o poder público pode colaborar?

Estamos desenvolvendo mecanismos para a informação e capacitação das mulheres nos âmbitos sociais, profissionais e educacionais afim de viabilizarmos meios de destaque e crescimento das mulheres. A secretária de Estado das Mulheres, Jacqueline Moraes, é uma líder preocupada e atuante fazendo com que suas gerências foquem nas necessidades a curto, médio e longo prazos.

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