Brasil terá nota de R$ 200 a partir de agosto

| 29/07/2020, 16:02 16:02 h | Atualizado em 29/07/2020, 23:09

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-07/372x236/lobo-guara-a2fcda7da68d31693584993969635f0a/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-07%2Flobo-guara-a2fcda7da68d31693584993969635f0a.jpeg%3Fxid%3D134499&xid=134499 600w, Lobo-Guará

Para tentar atender a maior demanda de papel-moeda na pandemia do novo coronavírus, o CMN (Conselho Monetário Nacional) aprovou, nesta quarta-feira (29), o lançamento da cédula de R$ 200, que terá como personagem o lobo-guará.

A nova cédula deverá entrar em circulação a partir do final de agosto. A previsão é que sejam impressas 450 milhões das novas cédulas em 2020, o equivalente a R$ 90 bilhões. O Banco Central gastará R$ 113,8 milhões a mais do que o previsto no orçamento anual para a produção das novas notas e para a impressão de mais 170 milhões de cédulas de R$ 100.

"Com a pandemia, observamos o aumento do entesouramento [quando o dinheiro fica parado na mão das pessoas]. Com isso, estamos nos antecipando para atender demandas futuras", disse a diretora de Administração do BC, Carolina Barros.

Segundo ela, as notas não entrarão todas em circulação de uma vez, mas de forma gradual. "Vamos observar a necessidade de papel-moeda e como serão as primeiras entregas."

A nota de R$ 200 está em fase final de testes de impressão. A diretora afirmou que o BC já estudava criar a cédula e, mesmo após a normalização da demanda por cédulas, não pretende tirar o novo valor de face e circulação.

Segundo ela, não há falta de cédulas. "O BC entende que a quantidade de cédulas em circulação é adequada, não há falta de papel-moeda."

A Folha de S.Paulo mostrou, entretanto, que, além das filas, a escassez de cédulas travou a liberação do auxílio emergencial em maio e levou a Caixa Econômica a limitar os saques. Até hoje, quem recebe benefícios emergenciais pelo aplicativo da instituição tem que aguardar alguns dias para fazer a retirada em dinheiro.

De acordo com o chefe do departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, o aumento da base monetária, que é a quantidade de dinheiro na economia, já vinha sendo observado nos últimos meses. "Com isso, aumentou a procura por papel-moeda, principalmente com o pagamento dos auxílios emergenciais", pontuou.

Ele explicou que a medida não tem efeito inflacionário. "Não há relação direta da expansão da base com a inflação, que continua baixa, estável, sem que cause perspectiva de elevação", avaliou. Barros justificou que em pesquisa realizada em 2018, 60% da população alegou utilizar dinheiro físico como principal meio de pagamento (57% entre lojistas).

Para ela, o lançamento da cédula não concorre com a agenda de inovações em meios de pagamentos do BC. "Se notarmos que a demanda por dinheiro diminuiu, vamos retirar papel-moeda de circulação gradualmente, como sempre foi feito."

Em novembro começará a funcionar o sistema de pagamentos instantâneos da autoridade monetária, chamado de PIX, que tem como um dos objetivos diminuir o uso de dinheiro físico. Sobre o design, a imagem impressa é captada por meio de foto, feita pela equipe do BC.

"Em 2001, fizemos uma enquete com a população com uma lista de animais em extinção para que elas escolhessem qual elas gostariam de ver estampados nas cédulas. Em primeiro lugar ficou a tartaruga-marinha, que está na nota de R$ 2, em segundo o mico-leão dourado, que foi para a de R$ 20 e em terceiro lugar ficou o lobo-guará", contou Barros.

As imagens da cédula só serão divulgadas em agosto, no lançamento oficial, por questões de segurança.

Ao todo, são 8,32 bilhões de cédulas em circulação. Atualmente, o maior valor de face de nota de real é a de R$ 100, com 1,71 bilhão de unidades.​ Desde 2002, com o lançamento da nota de R$ 20, o BC não havia colocado novos valores de face de cédulas em circulação.

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