1ª ferrovia do Sudeste do País vai ter rota turística em onze cidades

Ela passa por 11 cidades capixabas e irá ganhar calçadões, ciclovias, passeio. Estações vão virar museus e espaços para vender artesanato

João Vitor Gomes | 15/01/2024, 17:52 17:52 h | Atualizado em 15/01/2024, 17:53

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/160000/372x236/1-ferrovia-do-Sudeste-do-Pais-vai-ter-rota-turisti0016337600202401151752/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fimg%2Finline%2F160000%2F1-ferrovia-do-Sudeste-do-Pais-vai-ter-rota-turisti0016337600202401151752.jpg%3Fxid%3D708412&xid=708412 600w, Estação Leopoldina em Argolas, Vila Velha, é uma das que devem ser transformadas para venda de artesanato

O governo do Estado e a bancada capixaba estão discutindo a criação de uma rota turística no percurso da Estrada de Ferro Leopoldina (EFL), a mais antiga construída no Sudeste.

O percurso da ferrovia, que passa por 11 municípios capixabas, irá ganhar calçadões, ciclovias, passeio e transformar estações em museus e espaços para venda de artesanato e produtos turísticos. Hoje, as estruturas referentes à ferrovia fazem parte da concessão federal à VLI Logística, ligada à mineradora Vale.

A empresa já manifestou antes o interesse de devolver a administração do trecho — que vai de Vila Velha a Mimoso do Sul — à União por não ver interesse econômico.

Com isso, a VLI, a Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), e a Superintendência de Patrimônio da União (SPU) assinaria um termo de comodato, transferindo a administração das estruturas ao governo estadual.

É o que explica o deputado federal Gilson Daniel (Podemos). “As discussões estão avançadas. O que precisamos agora é solicitar aos entes federais para que seja feito o comodato”, afirmou.

A previsão é que o assunto esteja resolvido já no primeiro semestre de 2024. Após firmar a transferência das estruturas, será contratado um projeto executivo, ou seja, uma empresa — pública ou privada — que irá realizar estudos e traçar um plano de ação.

O secretário de Estado do Turismo, Philipe Lemos, conta que o estudo de viabilidade do projeto já foi realizado, e que agora o governo estadual está em uma conversa constante com os prefeitos.

“As prefeituras de Vargem Alta, Viana e Cariacica já aprovaram o projeto. Vila Velha e Alfredo Chaves também disseram que vão sentar para conversar. Queremos que as prefeituras invistam, promovendo os destinos turísticos”, disse Lemos.

Uma reunião, segundo o secretário, irá acontecer até o início de fevereiro para definir o rumo do projeto. A grande dificuldade é o sucateamento das estruturas, que estão abandonadas há anos.

“Há trechos em que o trilho foi furtado, em que pedras caíram, estão sucateados. Vamos apresentar esses argumentos para transformar o local em uma rota cultural.”

Ideia é a volta das viagens de trem

Não é o projeto inicial, mas existe a intenção de retomada das viagens de trem na via férrea entre Vila Velha e Mimoso do Sul — a Estada de Ferro Leopoldina (EFV).

É o que confirma o deputado federal Gilson Daniel (Podemos). A previsão é de que, em um segundo momento, seja possível implementar um veículo leve sobre trilhos, o chamado VLT, em parte do percurso.

Daniel afirma, porém, que a discussão para que essa parte saia do papel ainda é embrionária. Uma das oportunidades é de que o trajeto entre Viana a Domingos Martins seja aproveitado.

A ferrovia, que tem 178 quilômetros de extensão, faz parte da chamada Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), conhecida no passado como Leopoldina Railway.

Ela inclusive já teve trem de passageiros em um passado recente. Desativado há cerca de sete anos, o Trem das Montanhas, que ia de Viana até Alfredo Chaves, oferecia quatro viagens diárias, focadas em uma experiência histórica. O trem tinha ponto final na Estação Ferroviária Mathilde.

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