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Coronavírus

“Criança deve se sentir útil no confinamento”, afirma psicólogo


A pandemia do novo coronavírus alterou a rotina de todos. Com escolas fechadas e adultos em home office ou sem trabalhar, as crianças percebem que há algo de errado acontecendo. Por isso, pais devem conversar com os filhos sobre a doença.

A orientação de estabelecer o diálogo com os pequenos é do psicólogo Guilherme Davoli. A linguagem deve ser adaptada à idade.

Imagem ilustrativa da imagem “Criança deve se sentir  útil no confinamento”, afirma psicólogo
Guilherme Davoli diz ser possível ter a tecnologia como aliada ao criar alternativas de socialização através dela |  Foto: Divulgação

“Com os pequenos, o ideal é recorrer ao lúdico, com cuidado para não criar monstros”, diz. “Já vejo casos de crianças com medo de dormirem sozinhas porque o 'corona' vai aparecer para pegá-las”.

Para o especialista, é importante evitar que os filhos fiquem ociosos. “A criança deve se sentir útil no confinamento, produzindo coisas. Os pais podem propor brincadeiras, jogos, cuidar de um animal e até aprender a cozinhar, fazendo um brigadeiro, por exemplo”.

A Tribuna – Como os pais devem conversar com os filhos sobre o novo coronavírus?

Guilherme Davoli – Se a mãe estiver muito ansiosa com a situação e o pai é tranquilo, é melhor que o pai converse. Ou então, o irmão mais velho, que consegue falar brincando. Pode dizer que não pode sair de casa porque vai pegar um resfriado forte e vai ter que ficar na cama, por exemplo.

O impacto do isolamento social é diferente para adultos, crianças e adolescentes?

O impacto é de acordo com a faixa etária e com os hábitos que a pessoa trazia. Famílias com hábitos caseiros conseguem trabalhar bem a situação e superar com uma facilidade extremamente maior.

Já para famílias que não se encontravam, ficar confinado é mais difícil. A falta de amigos da rua, escola, colegas de trabalho é maior.

Esse confinamento representa risco para as crianças?

O risco não é significativo quando o tempo é curto, de uma a três semanas. Se chegar a dois meses, é muito, e pode atrapalhar a sociabilidade.

Se chegar a esse ponto, o que fazer para que não se torne um grande problema?

A casa deve remodelar a utilização de redes sociais e aplicativos como Skype, Instagram e WhatsApp. Mas que isso ocorra para facilitar o contato com os amigos, para treinar a socialização.

Como os pais podem ajudar nas atividades escolares?

Os pais precisam estar presentes, acompanhando a adaptação neste momento, pois as escolas ainda estão definindo o que fazer. Algumas estão enviando material online, vídeos, exercícios. Outras não sabem o que vão fazer, nem se farão a antecipação das férias.

Qual a importância da vida escolar para crianças e adolescentes?

Existe uma ideia retrógrada de que família educa, e escola ensina. Muitos ainda pensam que educação e convivência são frutos da casa, enquanto escola é para aprender conteúdo. Já não era verdade, e hoje é uma mentira extrema, pois os alunos têm mais convivência com a turma da escola do que com a família.

Além disso, nos últimos anos, as escolas começaram a trabalhar as relações interpessoais e a sociabilidade para quebrar a dependência tecnológica que as crianças estão desenvolvendo.

Quais atividades que os pais podem promover com as crianças dentro de casa?

As crianças não devem entrar no processo de ociosidade, que pode acarretar problemas mais graves. A criança deve se sentir útil. O ser humano é um bicho coletivo, que não consegue viver sozinho e nem ficar parado. Então, os pais podem propor brincadeiras, jogos, cuidar de um animal e até aprender a cozinhar, fazendo um brigadeiro, por exemplo.

A criança se sentir útil e envolvida com outras pessoas é fantástico, pois ela se sente equilibrada. Dessa forma, o retorno às aulas será facilitado. Tenho visto muitos educadores propondo milhares de atividades e brincadeiras, incluindo jogos antigos, desenhos e pinturas. Só que é importante respeitar a individualidade.

Você pode propor a atividade para dois filhos e um se interessar, enquanto o outro vai achar chato e ficar mexendo no celular. Não dá para obrigar a sair da tela para se envolver no lúdico porque vai criar uma discussão que não vai acrescentar em nada.

Como lidar com esse filho que só quer ficar no celular?

O ideal é que o adulto pratique a empatia e se coloque no lugar do outro. Deve tentar entender o mundo do filho, sentar com ele, pedir para explicar o jogo, elogiar.

Fazer o filho se sentir confortável com a aproximação e, quem sabe assim, poderá oferecer um argumento para que ele se sinta atraído por outra atividade. Assim se promove a troca de mundos.

Os pais devem reconstruir as relações com os filhos sem criminalizar aparelhos eletrônicos.

Como transformar as tecnologias em aliadas?

Criando alternativas de socialização através delas. Se o filho estiver com saudade de amigos, usar o celular ou tablet para que ele visualize o amigo em outro lugar.

A dica que tenho dado é, se está em confinamento em casa e não tem o que fazer, se conecte a outras pessoas que também estão em casa sem fazer nada.

No café da manhã, ligar o aparelho em videochamada com um parente ou amigo que também está tomando café, e aproveitar esse momento para colocar a conversa em dia, mas falando de outro assunto, para poder fugir um pouco do assunto do coronavírus.

No caso das famílias que estão em quarentena todos juntos em casa, esse período pode ser positivo?

Sim. As pessoas em isolamento podem pensar em suas relações e valorizá-las. Tanto dentro do lar com a família, quanto fora, com amigos e colegas de trabalho.

Com o isolamento, vejo grande sofrimento por parte de jovens, que falam que querem encontrar amigos. Até pouco tempo, tinham essa chance, mas preferiam ficar online.

Após o confinamento e o retorno às aulas, os pais devem ficar atentos a algum comportamento dos filhos?

Existe um perigo com o excesso. Após o confinamento, as pessoas vão querer sair, encontrar outras. Mas nada pode ser em excesso! Se o filho quiser fazer algo com os amigos, os pais podem propor convidar esse amigo para ir em casa. Não permitir simplesmente que os filhos façam como quiserem. Deve haver regras e limites.

Não temos como falar sobre o que vai acontecer e nem conseguimos prever a atitude ideal para essas crianças quando as aulas voltarem.

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