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Leitores do Jornal A Tribuna

Um grande desafio para a humanidade

Confira a coluna Tribuna Livre deste sábado

Leone Oliveira | 06/05/2023, 13:10 13:10 h | Atualizado em 06/05/2023, 13:11

Imagem ilustrativa da imagem Um grande desafio para a humanidade
Joel Soprani |  Foto: Arquivo pessoal

No livro do Gênesis, na Bíblia, o primeiro casal vivia em harmonia, na paz com a natureza e com o Criador. Eis, porém, que, astuciosamente, uma serpente divulga  que se desobedecessem a Deus e comessem do fruto proibido, Adão e Eva passariam a dominar todo o conhecimento. O resultado é mais do que conhecido. Era, pelo Livro Sagrado, a primeira fake news (informação falsa) usada para enganar as pessoas. 

Criada em 1118 e extinta em 1312, a Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, conhecida como Cavaleiros Templários, ou simplesmente Templários, foi uma das instituições mais ricas e poderosas do mundo na Idade Média. Seu objetivo inicial era proteger os peregrinos cristãos na chamada Terra Santa. 

Precisando de recursos financeiros, o rei da França, Filipe, o Belo, montou uma intrincada trama, com criação de uma rede de divulgação  de informações falsas, alegando que os cavalheiros eram depravados, detestavam Cristo e cometiam todos os tipos de pecados. Acabou convencendo o Papa Clemente V a extinguir a Ordem e a autorizar a prisão de todos os membros. O  último líder, Tiago de Molay, foi queimado na fogueira.  As fake news com objetivo político tiveram êxito.

Laurentino Gomes, em seu livro “1889” (sobre o fim da Monarquia e início da República), conta que, em 14 de novembro de 1889, num país já cheio de tensão, o major Frederico Sólon de Sampaio Ribeiro (futuro sogro do escritor Euclides da Cunha), à paisana (ou seja, em trajes civis), foi para a movimentada Rua do Ouvidor, na então capital Rio de Janeiro,  e começou a plantar boatos de que o marechal Manoel Deodoro da Fonseca ia ser preso nas próximas horas. 

A fake news serviu como um dos estopins do movimento que estouraria horas depois e mandaria Dom Pedro II para o exílio.  

As três situações  servem para pontuar que mentiras sempre existiram e foram usadas para atingir objetivos diversos. O advento do mundo digital trouxe, porém, um fator novo. Nunca se teve tanta fake news, em todos os campos do conhecimento humano. Nada parece escapar dessa que é a grande praga do mundo moderno, que põe tudo em perigo,  da realidade sanitária aos regimes políticos.  Nunca se mentiu tanto, por exemplo, contra vacinas que salvam vidas. 

Agora novo fator se agrega a essa perigosa situação.  A evolução da tecnologia, com a inteligência artificial, possibilita criar vídeos e imagens falsas com personagens verdadeiros. Pode-se pegar uma autoridade e simular textos e contextos totalmente falsos. É  fácil produzir fotos e vídeos  fakes com personagens verdadeiros, como ocorreu em relação à falsa prisão do ex-presidente dos EUA, Donald Trump.

É um desafio gigante que as novas gerações precisam aprender a enfrentar. Informações existem em quantidade e de qualidade, mas depurar o verdadeiro do falso tem de ser cada vez mais criterioso. 

É um aprendizado que as pessoas vão ter de passar a ter, desde o berço, a saber como identificar informações falsas. A sociedade, as escolas, as igrejas, todos vão precisar pensar e repensar essa situação o mais rápido possível. 

JOEL SOPRANI  é editor Executivo Multimídia do jornal A Tribuna

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