Os loucos
Coluna foi publicada no domingo (13)
Hoje viajaremos pelo mundo, conhecendo gente nova. E ao final deste passeio daremos razão ao cineasta japonês Akira Kurosawa, segundo quem “em um mundo louco, apenas os loucos são sãos”.
Comecemos lá no Reino Unido, para conhecer um certo Sean Murphy. Este decidido cidadão, incomodado com uma verruga na mão, gastou um bom dinheiro em pomadas e cremes. Como a verruga não desapareceu resolveu removê-la com um tiro de escopeta! Desnecessário dizer que após o disparo a verruga realmente desapareceu - assim como o seu dedo.
Ainda naquele país há o caso de Gerald Sanctuary, morador de Hertfordshire. Este cuidadoso motorista perdeu seu carro no estacionamento municipal e só conseguiu encontrá-lo três anos depois – ainda assim graças a uma funcionária, intrigada pela sujeira acumulada no mesmo.
E que dizer de Shawn Merter? Ao sair para uma festa a fantasia viu-se agoniado porque o chapéu não parava em sua cabeça. Resolveu o problema com um tubinho de “Super Bond”. Terminada a festa, nem os médicos de um hospital conseguiram desgrudar o adereço!
Ali perto, na Irlanda, um estudante que atende pelo nome de Paul Moran teve a ideia de utilizar seus conhecimentos de alquimia para transformar excremento em ouro. E lá foi ele, esquentar o “material” em um forno elétrico. O resultado: além do cheiro insuportável, a “matéria-prima” derreteu e causou um curto-circuito no aparelho, dando início a um incêndio que destruiu toda a casa.
Do outro lado do oceano, nos EUA, um outro estudante preparava-se para o Dia das Bruxas quando teve uma inspiração: colocar uma tabuleta de madeira sob a camisa para, em seguida, simular que levava uma faca cravada no peito. O problema é que o pedaço de madeira, muito fino, não suportou o impacto da facada que ele mesmo executou. Suas últimas palavras foram: “não acredito, eu realmente fiz isso”.
Enquanto isso, um casal sul-africano resolveu viajar. Decidiram ir para Eastbourne, na Nova Zelândia. Desembarcaram, tomaram um táxi e foram informados pelo motorista que estavam a 19 mil quilômetros de distância do hotel – parece incrível, mas eles confundiram a Nova Zelândia com a Inglaterra!
Quem também errou de destino foi o atento turista alemão Tobi Gutt. Vestido de camiseta e bermuda, saiu da Alemanha para visitar sua namorada na quente Sydney, na Austrália. Acabou desembarcando do outro lado do planeta, na gélida Sidney, nos EUA, sob uma forte nevasca.
Encerro nossa viagem no Egito, país no qual um frango caiu dentro de um poço. Eis que o proprietário do galináceo pulou atrás para salvá-lo, e começou a se afogar. Um outro parente desceu para ajudá-lo. E outro. E outro. E outro. E outro. Como nenhum dos seis sabia nadar morreram todos afogados. Em tempo: o frango sobreviveu…
Que ninguém pense serem estas pessoas loucas. Absolutamente. Todas normais. Vivem conosco. Votam e são votadas. É quando encerro recordando Bernard Shaw, segundo quem precisamos de mais loucos no mundo – vejam só para onde as pessoas normais nos levaram…
