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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Entre a arte sacra e arte pública: o legado de Carlo Crepaz

Coluna foi publicada no sábado (06)

Fabíola Fraga | 09/04/2024, 13:53 13:53 h | Atualizado em 09/04/2024, 13:54

Imagem ilustrativa da imagem Entre a arte sacra e arte pública: o legado de Carlo Crepaz
Fabíola Fraga é mestranda em Artes (Ufes) e pesquisadora do Laboratório de Extensão e Pesquisa em Arte (Leena) |  Foto: Acervo pessoal

Dialogarmos com a trajetória do escultor e professor Carlo Crepaz, nos leva a inúmeras perspectivas de abordagem a respeito de uma vida e obra tão significativa. Portanto, falaremos do cidadão, o menino que deixa a pequena Val Gardênia (interior da Itália) para atender um convite dos padres pavonianos, cruzar o oceano e desembarcar em terras capixabas.

O italiano Crepaz, radicado no Espírito Santo, sempre foi um observador do cotidiano, com vivências artísticas na Itália e Alemanha. Crepaz destacou-se pela sensibilidade e pelo domínio da arte clássica no seu fazer escultórico.

Em Vitória, no início da década de 1950, morou no bairro de Santo Antônio, local de seu ateliê. Sempre foi muito requisitado pelas autoridades locais e continua exposto em diversos espaços públicos da capital. No começo, se dedica ao que fora destinado, obras sacras e imagens religiosas, sempre com precisão clássica típica dos discípulos de Rodin.

A riqueza de detalhes e o rigor com a exatidão do objeto a ser configurado marcam de forma indelével o fazer artístico desse virtuose. É recorrente nos deparamos com as obras de Carlo, por onde quer que passemos na Grande Vitória. Ele povoa nossa memória afetiva.

Quem nunca se emocionou, tomado pela fé e admiração, ao ver a Pietá que recebe os fiéis no Convento da Penha? A grandiosidade da peça toda feita em madeira de peroba, toma de assalto o coração daqueles que a contemplam. A perfeição nos traços de suas composições artísticas, assim como o realismo, indubitavelmente, são duas de suas principais características enquanto criador.

A contribuição desse artista vai além de seu fazer escultórico disseminado pelo ecossistema público do Estado, foi professor da Escola de Belas Artes do Espírito Santo e da própria Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), onde lecionou as disciplinas de Desenho e Escultura, formando uma legião de novos artistas oriundos dessa docência.

Como bem relata o professor, escultor e artista José Carlos Vilar, “Grande Crepaz!!! Devo muito à esse grande artista, o que sei sobre a escultura em madeira!!!”

Não obstante as singelas homenagens direcionadas a ele, como a feita pelo então prefeito da capital Paulo Hartung, dando seu nome a uma praça, assim como o título de professor emérito a ele destinado pela Ufes em 1982, fica uma lacuna ante a quase invisibilidade desse italiano em relação à grandeza de seu legado.

Em seu retorno à Itália, esse artista de incontáveis obras de grande relevo, como a do índio Araribóia, Pietá do Convento, Santos Dumont do Parque Moscoso e claro Dona Domingas, só para citar algumas, resolve levar consigo dois amores, daqueles que não se abandona: Flora, a companheira de jornada, e Domingas, a obra de toda uma vida.

Entre tantas, foi Domingas que Crepaz levou em sua bagagem, ao lado de seu grande amor. Carregou consigo a marca indissolúvel de um povo, de uma gente que o acolheu e que ele eternizou em forma de madeira. Obrigada, Carlo Crepaz!

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