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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Diploma na mão, insatisfação na profissão e amargura no bolso

| 06/03/2020, 07:47 07:47 h | Atualizado em 06/03/2020, 07:49

Uma pesquisa do Instituto Carlos Robert Half (ICRH) revelou que 40% dos profissionais com nível superior, atualmente empregados, que participaram do levantamento acreditam que merecem ganhar mais – 34% estão insatisfeitos com o atual salário e 6% estão muito insatisfeitos.

Quando os pesquisadores apuraram os motivos dessa insatisfação, 43% dos entrevistados afirmaram que realizam mais funções ou têm mais responsabilidades do que o previsto na contratação, enquanto 22% avaliam que recebem menos do que a média do mercado.

Um total de 7% alegam a falta de benefícios não-financeiros e 4%, por sua vez, justificam horas trabalhadas acima do que foi acordado. Onze por cento dos profissionais consultados contaram que recebem menos quando se comparam a pessoas com o mesmo cargo dentro da empresa onde trabalham.

O ICRH é uma instituição de recrutamento especializada que seleciona profissionais para oportunidades permanentes e projetos nas áreas de finanças, contabilidade, mercado financeiro, seguros, engenharia, tecnologia, jurídico, recursos humanos, marketing e vendas e cargos de alta gestão.

O estudo consegue captar bem a insatisfação do teto. De uma maneira geral, a maioria dos brasileiros que foram alfabetizados e percorreram todo o trajeto educacional, tem como fim da linha o bacharelado. A bem da verdade, poucos se arriscam a alçar voos no “stricto sensu”, mestrado e doutoramento. No muito, alguns fazem um “lato sensu”, e.g., um MBA, que virou uma febre.

Como o fim da linha é o bacharelado, e, do ponto de vista do mercado, as remunerações médias já se encontram niveladas para várias categorias, não há como se ganhar mais. Ou seja, já se chegou no teto.

Aliado a isto, as empresas trabalham com o binômio custo/benefício e remuneram à altura do benefício que um determinado profissional traz para o lucro da empresa. Ou seja, o real impacto da ação deste profissional para o aumento do rendimento da organização.

O que presenciamos nestes últimos 30 anos foi uma mudança no “status” do bacharel no Brasil. Atualmente, há muita gente sendo despejada no mercado de trabalho sem a mínima condição de ostentar um certificado de curso superior. O excesso de faculdades privadas transformou o antigo curso superior em uma mera ampliação do segundo grau.

Obviamente que não foi somente a proliferação das instituições de ensino superior particulares que contribuiu para esse cenário, existiram outras pressões que vão desde a mudanças de paradigma econômico até as inúmeras alterações curriculares.

Portanto, a pesquisa capta mais a insatisfação de uma massa que tem um curso que equivale a um “segundo grau ampliado” do que a um bacharelado.

E os salários também se nivelaram por baixo, pois o excesso da oferta de profissionais de curso superior supera a demanda, sobremodo em alguns cursos como Direito, Administração, Contabilidade, Engenharia e outros.

Vaner Corrêa é economista

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