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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

A importância da saúde mental feminina

Coluna foi publicada nesta segunda-feira (06)

Letícia Mameri | 06/05/2024, 12:11 12:11 h | Atualizado em 06/05/2024, 20:44

Imagem ilustrativa da imagem A importância da saúde mental feminina
Letícia Mameri é psiquiatra e vice-presidente da Associação Médica do Espírito Santo (Ames) |  Foto: Kadidja Fernandes / AT

Em 1970, a Organização das Nações Unidas (ONU) oficializou a data 8 de março como o Dia Internacional da Mulher. Na época, o movimento de mulheres buscava equiparar as condições sociais, trabalhistas e políticas às dos homens. Porém, em muitos casos, a data vem sendo, nas últimas décadas, utilizada para homenagens pontuais e temporárias, ainda discute-se pouco sobre ser mulher. Quando se fala da saúde mental da mulher, a conversa se dissipa ainda mais.

O fato é que as mulheres estão mais propensas do que os homens a desenvolverem transtornos mentais. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), elas têm mais chances do que os homens de desenvolverem transtornos mentais, como ansiedade e depressão. Além disso, também estão mais propensas a sofrerem de transtornos relacionados ao estresse, como transtorno do pânico.

No Brasil, os números são alarmantes: segundo o relatório “Esgotadas: empobrecimento, a sobrecarga de cuidado e o sofrimento psíquico das mulheres”, desenvolvido pela ONG Think Olga, 45% das mulheres brasileiras têm diagnóstico de ansiedade, depressão, ou outros tipos de transtornos mental, principalmente no contexto pós-pandemia de covid-19. A cada dez mulheres brasileiras, seis apresentam ansiedade, por exemplo.

Conforme a OMS, as mulheres têm duas vezes mais chances de desenvolverem transtornos de ansiedade e três vezes mais chances de apresentarem quadros depressivos do que os homens. Além disso, o estresse pode afetar significativamente a saúde mental feminina, uma vez que as mulheres muitas vezes passam por discriminação e violência de gênero, desigualdade salarial, sobrecarga mental, jornada dupla ou tripla de trabalho, entre outros.

Outro fator que contribui para a vulnerabilidade da saúde mental da mulher é a gravidez e o pós-parto. Dados da OMS mostram que três a cada dez mulheres não têm rede de apoio após o nascimento do bebê, o que dificulta a recuperação física e emocional da mulher. Transtornos alimentares, como anorexia, bulimia e compulsão alimentar também afetam mais as mulheres, e apresentam riscos graves à saúde e à vida.

Muitas são as ferramentas para enfrentamento desses transtornos: a busca de um especialista em psiquiatria, terapia, medicamentos se necessários, exercícios físicos, alimentação saudável, dedicação à espiritualidade, procurar por apoio em familiares e amigos. Porém, não é possível conquistar o equilíbrio satisfatório da saúde mental se as condições externas não ajudam. Uma sociedade que julga mulheres por sua forma física, por sua idade, seu relacionamento, pela quantidade de filhos – ou a falta deles –, por seu sucesso profissional, adoece os indivíduos.

Mulheres que cronicamente são violentadas, desrespeitadas e desconsideradas nunca vão conseguir ter saúde mental se esse ciclo não for quebrado. Enquanto houver uma mulher sujeita a padrões sociais opressivos, haverá uma mulher afetada negativamente.

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