Seu filho é tímido ou introvertido?
Coluna foi publicada no sábado (27)
A timidez é um dos temas que preocupam os pais durante o desenvolvimento do filho na infância e adolescência. Existe um receio de que o tímido não conseguirá ser feliz e conquistar o seu lugar no mundo.
Se preocupam com as dificuldades que os filhos vão enfrentar na vida escolar, na faculdade e no trabalho caso eles continuem fechados demais.
A timidez está relacionada com a ansiedade, inibição e medo em ambientes novos, pessoas desconhecidas e situações sociais sem a proteção familiar. O tímido fica com o semblante fechado, cabisbaixo, sem ação.
Ele sente muita ansiedade e medo de ser julgado e envergonhado por outras pessoas e exposição social. Os casos mais graves podem configurar um quadro de fobia social, no qual a pessoa fugirá a todo custo de situações de desproteção diante de desconhecidos.
Nem todas as crianças são desinibidas e falantes. Muitas poderão apresentar uma inibição comportamental.
A timidez se caracteriza sobretudo pelo isolamento e pela falta de interação em ambientes novos ou com pessoas pouco conhecidas.
Dentro de casa essas crianças, geralmente, são mais falantes e interativas porque conhece aquele ambiente e as pessoas da casa. Elas sabem que ali não serão ameaçadas ou terão a obrigação de interagir com pessoas e situações estranhas.
Por outro lado, há os indivíduos introvertidos, que são aqueles que são voltados mais para o mundo interior que o exterior. Na introversão, a pessoa prefere ficar em casa do que sair para uma comemoração social.
Eles são reservados, gostam de sossego, silêncio e ambientes tranquilos. Eles não são propriamente tímidos, mas sentem-se cansados e desenergizados em festas, barulhos e longos períodos de interação com muita gente à sua volta.
Atitudes que podem te ajudar a entender se o seu filho é tímido ou extrovertido:
- Ambientes cheios e barulhentos são desgastantes e cansativos. Respeite isso e permita que seu filho tenha momentos de tranquilidade para repor as energias.
- Estimule-o a se comunicar. Por mais que ele prefira ouvir que falar, explique que a comunicação é importante.
Estimule-o a expressar e compartilhar suas ideias. Evite perguntas que as respostas se limitem ao sim e não. Faça-o falar como se sente, o que gosta de fazer, o que achou do filme que assistiu, como se sente em tal situação, etc.
- Ter poucos amigos não é um problema, mas o incentive a conhecer pessoas novas. Em vez de cobrar que tenha muitos colegas, ensine-o formas de manter as amizades que já conquistou.
- Acompanhe-o em situações e locais em que ele se sinta desconfortável, caso peça a sua companhia, mas estimule-o de vez em quando a fazer alguns enfrentamentos em situações novas.
Ensine o que ele pode fazer nesses momentos para que se sinta mais seguro e autoconfiante.
Vale lembrar que a timidez/introversão não é uma doença. É um problema comportamental que, na maioria das vezes, diminui de intensidade com um tratamento adequado.
Na vida adulta, a pessoa continuará tímida e até mais reservada, mas sem sofrimento porque ela entenderá melhor como ela é e seu nível de cobrança diminuirá.