O Cristo não está na sua igreja

Cláudio Miranda é terapeuta individual e familiar, psicopedagogo clínico, pós-graduado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP |  Foto: Arquivo/AT

Desde que nascemos, buscamos melhorar nossa vida pessoal, acadêmica, profissional, financeira e emocional. Cada um faz isso de uma forma. No convívio com outras pessoas dentro e fora da família nos deparamos com outros interesses, temperamentos e buscas diferentes das nossas.

No convívio familiar e social nós mostramos quem somos, o que queremos e como fazemos para conquistar nossas coisas.

Nesses momentos surgem, comumente, as brigas e os desentendimentos por diferenças de opinião. Assim começam as guerras e os desentendimentos.

Vivemos grandes guerras nas quais nações e povos lutam para impor as suas ideias e desejos a outros países. Pessoas perdem suas vidas e bens pelo desejo de tomar para si o que é do outro.

O egoísmo é um dos grandes causadores das guerras. Na busca do seu crescimento e estabilidade, tira-se do outro a possibilidade de crescer e de usufruir mutuamente de um bem e de uma riqueza, coletivamente.

Numa outra visão, vivemos as pequenas guerras pessoais as quais travamos com nós mesmos quando temos um sofrimento, uma solidão ou um sentimento de culpa.

Outras vezes brigamos com pessoas e situações no ambiente da família, no trabalho ou no nosso condomínio e vizinhança.

As duas formas de guerras ocasionam mais problemas e desgraça para os envolvidos.

Tem gente que briga por tudo e por qualquer coisa no seu dia a dia. São sempre muito reativas e acham que as coisas têm que ser do jeito que está na cabeça delas. Acha que elas sempre têm razão. Elas são focadas nas próprias dores e nos problemas que vivem.

Pessoas assim não pensam em dar algo a alguém. Elas estão sempre focadas na sua perda e fracasso pessoal. Com isso, geram sofrimento e infortúnio para si própria e para quem convive com elas.

Quem tem esse perfil, estará sempre brigando com o marido, com a esposa, com os filhos, e com os colegas de trabalho. Há uma guerra dentro de si e não sabe lidar com ela, então, acaba gerando desconforto e problemas no seu entorno.

Para amenizar e tratar seus infortúnios, muitos procuram as igrejas nas suas várias modalidades e seguimentos religiosos. Acham que ir à uma igreja encontrarão a solução para a sua tristeza e solidão.

A religião pode ser um bom caminho, contudo você não encontrará o Cristo lá se você não estiver disposto a mudar suas crenças e convicções equivocadas. Mudar significa aceitar o outro e as novas ideias que nos chegam.

O Cristo estará presente nas manifestações de paz e de harmonia que você proporciona às pessoas e ambientes por onde passa. Ele estará contigo nas brigas que você deixa de participar.

Ele está na ajuda que você oferece a cada dia e a todo momento. Ele está na sua capacidade de suportar seus problemas e decepções sem manifestação de raiva e de inconformismo.

A nossa transformação interior acontece o tempo todo. Não precisamos de grandes eventos ou de momentos específicos para que mudemos. É sua decisão em ser uma pessoa melhor a partir de agora, de hoje.

Apenas comece e você passará a se sentir mais leve e autoconfiante em relação à sua capacidade de superação dos seus problemas.