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Papo de Família

Papo de Família

Colunista

Cláudio Miranda

O bullying corroendo as relações

Coluna publicada neste sábado no jornal A Tribuna

Cláudio Miranda, Colunista de A Tribuna | 25/03/2023, 19:13 19:13 h | Atualizado em 28/03/2023, 20:39

Imagem ilustrativa da imagem O bullying corroendo as relações
Novo colunista de A Tribuna estreia no sábado Cláudio Miranda é terapeuta de família, de casais, individual e psicopedagogo clínico, pós-graduado pela Universidade de São Paulo (USP). |  Foto: A Tribuna

O bullying é um tema que está sempre presente no ambiente escolar e familiar. Viver essa situação como vítima é extremamente desconfortável e danoso do ponto de vista emocional. É preciso saber o momento de pedir ajuda e interromper a ação de quem o pratica. 

O bullying se caracteriza por um ataque repetido de uma pessoa ou de um grupo à sua vítima que não é aceita por algum motivo. Uma brincadeira de mau gosto isolada não é configurada como bullying. 

A vítima, às vezes, se sente acuada e sem força de defesa, desenvolvendo um comportamento de medo, apatia e fuga. O agressor pode ameaçar, piorar os ataques se o agredido tentar contar para alguém. 

A criança que sofre bullying, invariavelmente, apresentará mudança de comportamento diferente do seu padrão normal. Ela poderá ter medo de determinadas pessoas, situações e locais. 

Poderão apresentar gagueira, insegurança, choro frequente, insônia, pesadelos, falta de apetite e ansiedade. Fique atento a esses sinais no seu filho.

Pais e cuidadores atentos perceberão logo a mudança de comportamento do filho e tomarão as providências necessárias para corrigir aquela situação. 

Deverão procurar a escola para intervir no problema. Fora o contexto escolar, poderão procurar os pais do agressor e relatar os acontecimentos. 

O abalo afetivo e emocional não tratado e corrigido poderá comprometer gravemente a autoestima e autoimagem da criança e se tornar um adulto inseguro e indeciso nas tomadas de decisões importantes na sua vida.

A escola jamais poderá se omitir de tais situações. Seus alunos devem ser orientados frequentemente sobre regras de bom convívio e saberem das punições cabíveis se não respeitarem as convenções da escola. 

Os pais dos agressores deverão ser chamados e informados da situação para que corrijam e repreendam adequadamente seus filhos.

O primeiro lugar de buscar ajuda deve ser em casa, na pessoa do pai, mãe e cuidadores. Em seguida, a criança deve saber procurar na sua escola a proteção necessária, conversando com um professor, um orientador e à direção.

A terapia tem um papel fundamental de acolhimento e fortalecimento da criança agredida. O terapeuta trabalhará para fortalecer emocionalmente a criança, tornando-a mais segura, mais proativa e mais bem posicionada nas situações de crise que surgirem em sua vida. 

No bullying, fala-se,  na maioria das vezes, da vítima. Contudo, é preciso falar também do agressor. É preciso saber o que os seus pais acham do seu comportamento e qual é o tipo de repreensão que ele sofre quando causa um dano a alguém.

Essas crianças podem se tornar adultos extremamente arrogantes e insuportáveis. 

Escondem seus problemas, frustrações e carências, atacando os outros. Às vezes, a falta de amor, carinho, compreensão e acolhimento podem desencadear comportamentos muitos ruins para a vida social. 

O abalo afetivo e emocional não tratado e corrigido poderá comprometer gravemente a autoestima e autoimagem da criança. 

Poderá se tornar um adulto inseguro e indeciso nas tomadas de decisões importantes na sua vida.

Cláudio Miranda é terapeuta individual e familiar, psicopedagogo clínico, pós-graduado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP

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