O bullying corroendo as relações
Coluna publicada neste sábado no jornal A Tribuna
O bullying é um tema que está sempre presente no ambiente escolar e familiar. Viver essa situação como vítima é extremamente desconfortável e danoso do ponto de vista emocional. É preciso saber o momento de pedir ajuda e interromper a ação de quem o pratica.
O bullying se caracteriza por um ataque repetido de uma pessoa ou de um grupo à sua vítima que não é aceita por algum motivo. Uma brincadeira de mau gosto isolada não é configurada como bullying.
A vítima, às vezes, se sente acuada e sem força de defesa, desenvolvendo um comportamento de medo, apatia e fuga. O agressor pode ameaçar, piorar os ataques se o agredido tentar contar para alguém.
A criança que sofre bullying, invariavelmente, apresentará mudança de comportamento diferente do seu padrão normal. Ela poderá ter medo de determinadas pessoas, situações e locais.
Poderão apresentar gagueira, insegurança, choro frequente, insônia, pesadelos, falta de apetite e ansiedade. Fique atento a esses sinais no seu filho.
Pais e cuidadores atentos perceberão logo a mudança de comportamento do filho e tomarão as providências necessárias para corrigir aquela situação.
Deverão procurar a escola para intervir no problema. Fora o contexto escolar, poderão procurar os pais do agressor e relatar os acontecimentos.
O abalo afetivo e emocional não tratado e corrigido poderá comprometer gravemente a autoestima e autoimagem da criança e se tornar um adulto inseguro e indeciso nas tomadas de decisões importantes na sua vida.
A escola jamais poderá se omitir de tais situações. Seus alunos devem ser orientados frequentemente sobre regras de bom convívio e saberem das punições cabíveis se não respeitarem as convenções da escola.
Os pais dos agressores deverão ser chamados e informados da situação para que corrijam e repreendam adequadamente seus filhos.
O primeiro lugar de buscar ajuda deve ser em casa, na pessoa do pai, mãe e cuidadores. Em seguida, a criança deve saber procurar na sua escola a proteção necessária, conversando com um professor, um orientador e à direção.
A terapia tem um papel fundamental de acolhimento e fortalecimento da criança agredida. O terapeuta trabalhará para fortalecer emocionalmente a criança, tornando-a mais segura, mais proativa e mais bem posicionada nas situações de crise que surgirem em sua vida.
No bullying, fala-se, na maioria das vezes, da vítima. Contudo, é preciso falar também do agressor. É preciso saber o que os seus pais acham do seu comportamento e qual é o tipo de repreensão que ele sofre quando causa um dano a alguém.
Essas crianças podem se tornar adultos extremamente arrogantes e insuportáveis.
Escondem seus problemas, frustrações e carências, atacando os outros. Às vezes, a falta de amor, carinho, compreensão e acolhimento podem desencadear comportamentos muitos ruins para a vida social.
O abalo afetivo e emocional não tratado e corrigido poderá comprometer gravemente a autoestima e autoimagem da criança.
Poderá se tornar um adulto inseguro e indeciso nas tomadas de decisões importantes na sua vida.
Cláudio Miranda é terapeuta individual e familiar, psicopedagogo clínico, pós-graduado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP