Filhos adultos que moram com os pais
Coluna foi publicada no sábado (23)
Chegando na idade adulta é comum os filhos morarem ou trabalharem fora ao adquirirem independência financeira e emocional. Essa é uma preocupação de vários pais que precisa ser debatida para se chegar a um entendimento sensato. Você conhece famílias que vivem essa situação?
Precisamos desenvolver um entendimento deste fenômeno social que tende a crescer. A família está em mudança e adaptação constante.
Este fato costuma ser tratado como um problema de uma geração que é insegura e dependente dos pais e da família. Espera-se que os filhos estudem, tenham uma profissão, se casem e tenham sua vida independente, morando em outro lugar.
Cada família tem seu modelo de relação e de educação. Morar com os pais necessariamente não é um problema.
Se as pessoas daquela casa vivem em harmonia onde cada um colabora material e emocionalmente para o bom convívio, então neste ambiente há respeito e cuidado.
Quando eles moram juntos e dividem o trabalho da casa, as despesas, o cuidado e a proteção, nesta casa vive-se uma condição de paz e ausência de conflitos.
Há comportamento dos pais que fragilizam os filhos, tornando-os acomodados e dependentes emocionalmente deles.
Com isso, o filho não adquire as estratégias necessárias para assumir a coragem e a maturidade necessária para a entrada na vida adulta.
Desde pequenos os pais devem desenvolver a autonomia dos filhos delegando tarefas, evitando premiações demasiadas e presentes desnecessários.
A regra é muito fácil: quanto mais você der privilégios e mimos aos seus filhos, mais dependentes de você eles se tornarão, e quanto mais ele obter por esforço próprio, mais seguro e autoconfiante ele se tornará lá na frente.
O modo como você se relaciona com os seus filhos será o principal indicativo de como eles serão na idade adulta.
Se eles forem protegidos em excesso, se não tiverem obrigações diárias a cumprir e se tiverem facilmente tudo o que te pedem, eles poderão ter dificuldade em desenvolver autonomia quando forem adultos.
Alguns vivem dependentes dos pais sem um projeto de vida bem delineado. Nesse caso, a situação merece uma atenção diferenciada e pode sinalizar para um problema mais sério, de fundo emocional e comportamental.
Existem casos em que os filhos causam frequentemente problemas no ambiente familiar por não trabalhar, não ajudar financeiramente e nem cooperar nos cuidados com a casa.
Há casos mais graves em que os filhos desrespeitam os pais usando palavras ásperas e até agressões físicas.
Em situações como essa, será importante buscar um acompanhamento terapêutico individual ou familiar para encontrar soluções equilibradas para um melhor relacionamento familiar.
Seja como for, a mudança ocorrerá somente quando uma das partes, pais ou filhos, perceberem a necessidade de mudar para viver melhor. Isso pode ser morarem juntos com harmonia e com propósito, ou morarem separados em outra casa e estarem bem com isso.
Nesses casos, as decisões tomadas devem obedecer a uma “ecologia familiar” na qual o que é bom para um tem que ser bom para todos.