Fio do bigode

| 14/01/2021, 08:59 08:59 h | Atualizado em 14/01/2021, 09:04

Secretários de Saúde estão irritados com ato da Anvisa que, segundo eles, deve causar mais demora para liberação da vacina russa Sputnik V.

O órgão colocou em medida provisória deste ano a exigência do início de estudo clínico realizado no Brasil para analisar o pedido de uso emergencial.

Gestores dizem que, em dezembro, Meiruze Freitas, diretora da agência, comprometeu-se a não impor esse obstáculo. “Considero um absurdo sem precedente”, diz Fabio Vilas-Boas, secretário da Bahia.

Pressa
Autoridades russas informaram ontem que pretendem fazer o pedido de registro emergencial ainda nesta semana. O caminho seria menos complexo se a Anvisa tivesse cumprido o combinado de dezembro, de acordo com os secretários.

Pronta
O laboratório russo Gamaleya anunciou no mês passado que a vacina tem eficácia de 91,4% contra a Covid-19, e desde dezembro tem sido utilizada na Argentina.

Sem razão
“Uma vez que a Sputnik tem estudos com 44 mil pessoas, o que vai agregar um estudo feito no Brasil com 5.000? Não somos jacarés e eles seres humanos”, completa Vilas-Boas. Outro secretário afirma que as exigências da Anvisa são inadequadas e inoportunas.

Andamento
Em reunião com empresários ontem, ministros do governo não deram, de novo, nenhuma previsão certeira de datas para início da vacinação, mas disseram que o Brasil vai virar um exportador da vacina. Com a burocracia, existe chance de a Sputnik ser exportada antes de ser colocada em uso no país.

Datas
Em reunião hoje, prefeitos vão levar a Eduardo Pazuello (Saúde) cenário desenhado pelo conselho de secretários municipais, que indica concluir a vacinação de adultos até novembro.

Agenda
Eles querem saber se o ministério trabalha com esse mesmo calendário. Também há perguntas sobre a vacinação de crianças e da população com menos de 20 anos – os testes das vacinas excluíram crianças e gestantes.

Live
A Prefeitura de Salvador iniciou campanha para que as pessoas não participem dos festejos da Lavagem do Bonfim. Os fiéis estão sendo orientados a acompanhar o evento pela internet. O prefeito trocou o slogan da festa de “quem tem fé vai a pé” para “quem tem fé fica em casa”.

Responda
O Ministério Público Federal (MPF) enviou um ofício à Polícia Federal (PF) ontem questionando informações sobre a entrega feita ao ex-presidente Lula de arquivos de mensagens hackeadas envolvendo a Lava a Jato. A Procuradoria perguntou o que exatamente foi compartilhado com o petista.

Já foi
A PF entregou ao ex-presidente todo o material da operação Spoofing, com mensagens envolvendo integrantes do MPF no Paraná e o ex-juiz Sergio Moro, por decisão do ministro Ricardo Lewandowski. O Ministério Público queria saber a identidade dos interlocutores dos diálogos partilhados com Lula.

Contra
Esperidião Amin (PP-SC) posicionou-se contra a decisão de seu partido em apoiar Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e optou por Simone Tebet (MDB-MS). Ele diz que a escolha se deve à rejeição ao legado de Davi Alcolumbre (DEM-AP), que apoia Pacheco.

Fora
Amin incomodou-se sobretudo com o arquivamento de mais de 30 pedidos de impeachment de ministros do STF sem consulta ao plenário por parte de Alcolumbre. Ele diz crer que Tebet ainda pode virar votos até a eleição.

Interrogação
O novo regime de recuperação fiscal para estados em situação falimentar deve ter o texto sancionado hoje, segundo o Ministério da Economia, sem a certeza sobre como tratar o Rio.

Dúvida
O governo ainda discute se o estado, o primeiro a aderir ao programa, em 2017, tem que entregar um plano de ajuste até sexta-feira ou se poderá esticar o prazo até o final deste ano.

Vitória
O Rio de Janeiro ganhou o último round contra a União, ao congelar uma dívida de R$ 4,5 bilhões no STF em que o governo federal é o fiador. Apesar disso, a decisão não trava a adesão ao novo regime, que terá prazo de 10 anos.

Tiroteio
“O MEC joga com o sonho de mais de 6 milhões de alunos sem se preocupar com a saúde desses jovens e suas famílias”
De Túlio Gadêlha (PDT-PE), deputado federal, sobre o Ministério da Educação não adiar novamente as provas do Enem.

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