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Olhares Cotidianos

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Colunista

A escolha de ser mãe

Coluna foi publicada nesta quinta-feira (09)

Sátina Pimenta | 09/05/2024, 13:00 13:00 h | Atualizado em 09/05/2024, 10:51

Imagem ilustrativa da imagem A escolha de ser mãe
Maternidade é uma escolha que deve ser feita de maneira consciente |  Foto: © Divulgação/Canva

Ser mãe é uma escolha! Se assim não fosse, os orfanatos não estavam cheios de crianças ansiosas por encontrar uma família. E ainda, é uma escolha que deveria ser consciente, pois dói: gestar dói, parir dói, amamentar dói, ver crescer dói, ver mudar dói, e (Deus que nos livre) ver partir dói.

A maternidade real é dolorosa e cheia de culpas e culpadas. Elizabeth Badinter, no livro “O Mito do Amor Materno”, descreve que ao contrário do que muitos falam, “o útero não coça”, mas sim a sociedade é quem cobra o preço alto das mulheres de serem mães, de gerarem o mundo, de povoarem a Terra e ainda dar educação a estes filhos gerados.

Badinter explica que desde que nascemos, nós, mulheres, somos ensinadas que faz parte de nossa natureza termos filhos, amá-los e cuidá-los.

É tipo uma condição sine qua non de ser mulher! Se não for assim, falta algo em você. Para isso nos enchem de bonecas, que vêm com mamadeiras, paninhos de boca, fraldas e roupinhas; enquanto os meninos ganham carros, armas de brinquedo, tratores e pistas de corridas.

Começamos com as bonecas e ao entendermos que este é o nosso “dever” com a sociedade, em um certo momento da vida começamos a pensar “quero ser mãe” e, pode deixar, se não pensarmos, alguém pensará para nós!

E neste caminho predestinado da mulher incompleta (antes pelo casamento e agora pela ausência do filho) que muitas de nós nos tornamos mães.

E nos debruçamos em renúncias e mais renúncias para não só sermos mães, mas para sermos boas mães aos olhos dos outros. Afinal, nasce uma mãe, nasce uma culpa.

Está é uma das frases mais certeiras e mais violentas da maternidade. Pois esta cobrança de sermos boas mães vem da sociedade que vivemos.

Ser mãe significa para muitos deixar de ter vida social, deixar de se dedicar ao trabalho, esquecer os sonhos de antes e, por que não, deixar de ter um nome, pois você é a “mãe do Knauê e da Aimée” e não mais a Sátina Pimenta.

E faça diferente disso para você ver as caras e bocas que virão! Ou pior, fale em voz alta que você é mulher e não quer ser mãe!

Por tudo isso eu reafirmo: ser mãe tem que ser uma escolha! E consciente, pois a sociedade, por mais que esteja mudando a forma com a qual vê as mulheres, vai nos cobrar!

E se eu escolho ter nos meus braços os meus filhos, eu tenho que entender que eu serei daqui para frente duas, três, quatro, 10 vezes mais forte do que todos os dedos apontados para mim para ser a mãe que eu julgo ser boa para eles sem sucumbir aos desejos sociais impostos. Eu tenho que entender que posso ser eu e a mãe dos meus filhos!

E que para isso preciso cuidar também de mim neste caminho. Que haverão renúncias, mas que não seja mais permitida a renúncia do ser eu, pois todas as vezes que deixamos de ser Sátinas, Julianas e Leticias, deixamos de ensinar nossos filhos o direito que eles possuem de serem eles mesmos.

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