Os tapetinhos

Coluna foi publicada nesta sexta-feira (08)

Gilmar Ferreira | 08/03/2024, 11:25 11:25 h | Atualizado em 08/03/2024, 11:25

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/170000/372x236/Os-tapetinhos0017079300202403081125/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fimg%2Finline%2F170000%2FOs-tapetinhos0017079300202403081125.jpg%3Fxid%3D750835&xid=750835 600w, Botafogo venceu o RB Bragantino e agora precisa apenas de um empate no jogo de volta para ir à Libertadores

Aos poucos, os torcedores do Botafogo vão se livrando das amarras e, com algum custo, se despedindo de 2023. A vitória sobre o Red Bull Bragantino na noite da quarta-feira (06) não foi fruto de um primor de atuação, ok. Mas a entrega foi contagiante. O time, como dito reiteradamente neste espaço, recuperou o caráter coletivo. E embora não tenha tido o controle absoluto do jogo, não se deixou dominar.

Enfim, se fez de protagonista, explorando tudo que pudesse diferencia-lo do bem treinado conjunto do português Pedro Caixinha - inclusive, o piso sintético do Nilton Santos.

E aqui entro na discussão que se sobressai sobre os principais pautas da semana - mais até do que a do aumento no número de estrangeiros em cada time.

Me aguça mais a polêmica tentativa de dirigentes (alguns, registre-se!) de convencer a CBF de que os jogos em gramados sintéticos aumentam os riscos de lesão nos jogadores.

Clubismo

Pior: escudados agora pela Fenapaf, entidade que se entitula representante legal dos atletas de futebol do Brasil. Como se houvesse um estudo científico a respalda-los. Legitimidade à parte, o tema é polêmico e deve ser tratado sem clubismo.

Em primeiro plano, deve-se respeitar as normas implantadas pela Fifa na regulamentação dos gramados. Depois, considerar o péssimo estado dos campos de futebol de grama natural no Brasil - algo que deveria envergonhar cartolas criticados até por seus próprios atletas.

É inconcebível, por exemplo, que presidentes de Flamengo e Fluminense, por exemplo, se manifestem sobre o tema, sendo eles incapazes de cuidar do piso do Maracanã, o mais icônico estádio do Brasil. Por último, criar especificações para a padronização do piso sintético. Simples, assim.

O fato de Ligas europeias terem recuado em suas deliberações sobre o tema não diz respeito às mazelas do futebol brasileiro. O que sei, ao certo, por ter seguido de perto a organização dos Jogos da Rio 2016, é que a Fifa fez duras críticas ao gramados dos estádios no Brasil.

Algo que se repetiu em 2021 na disputa da Copa América, quando Messi e outros astros do futebol sul-americano fizeram piada aos campos.

Portanto, tenho para mim que Ednaldo Rodrigues, o presidente da CBF, não vai meter a colher nesta panela. Enquanto as regras da Fifa forem respeitadas, a bola correrá livre pelos tapetes de Botafogo, Palmeiras e Athletico/PR.

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