O alerta da Fifa
Várias interpretações podem ser dadas ao comunicado que o italiano Gianni Infantino, presidente da Fifa, divulgou ontem dirigindo-se, em primeiro plano, aos responsáveis pelas 211 federações filiadas à entidade. Houve quem achasse mais importante a parte em que ele comunica que está próximo de concluir o plano de ajuda financeira aos estragos da pandemia da Covid-19.
Outros deram ênfase à preocupação quanto a necessidade de se discutir um limite para o número de partidas por temporada dos jogadores profissionais. E houve até quem ressaltasse a parte em que Infantino discorre sobre a importância da união em torno da construção de um calendário globalizado.
Tudo relevante, é verdade. Mas opto por sublinhar as partes do discurso em que o italiano chama a atenção para a responsabilidade de cada presidente de federação (no caso do Brasil, a CBF) no respeito às normas de saúde emitidas pela Organização Mundial da Saúde.
“A Fifa confia na avaliação da situação que vocês fizeram ou farão junto aos governos e autoridades de saúde de seus respectivos países. Esperamos que a ferramenta para avaliação de riscos da OMS e as nossas diretrizes possam ajudá-los a tomar a melhor decisão”, disse, avisando antes que o mais importante é “manter a saúde pública como prioridade, sem esquecermos do bem-estar de todos que participam do ecossistema do futebol”.
Diante da má fama que corre o mundo, ridicularizando a estratégia do governo brasileiro no combate à pandemia, a mensagem me parece bem clara.
Principalmente, quando o presidente da Fifa alerta que “é preciso entender e respeitar as diferentes decisões, particularmente aquelas tomadas por quem ainda necessita de mais tempo para assegurar-se de que o retorno às competições será feito de modo seguro para todos”, advertindo que “cada país é diferente, com diferentes contextos...”
O discurso de Infantino se resume em duas palavras usadas pelo próprio: “Tolerância e compreensão”.