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Doutor João Responde

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Colunista

Dr. João Evangelista

Verdades temporárias em medicina

Confira a coluna desta terça-feira

João Evangelista Teixeira Lima | 05/11/2024, 20:41 20:41 h | Atualizado em 05/11/2024, 20:41

Imagem ilustrativa da imagem Verdades temporárias em medicina
Médico exercendo a profissão |  Foto: Canva

Antes do conhecimento científico, a medicina se nutria de narrativas e superstições. Religião e filosofia tentavam preencher as lacunas do entendimento. Saúde, doença e estado de espírito também estavam associados ao humor.

Em fisiologia, humor equivale à substância líquida do corpo. Em anatomia, fala-se do humor aquoso, por exemplo, produzido no olho.

No dia a dia, usamos o termo para indicar uma disposição do espírito: “Dependendo de seu humor, você irá não conosco”. A expressão “humor negro” é aquela que choca pelo emprego de elementos macabros, em situações cômicas.

Segundo a teoria dos temperamentos, criada pelo médico Galeno e inspirada em Hipócrates, o equilíbrio e desequilíbrio entre os humores determina a saúde ou a doença. 

Até chegar ao conceito moderno de humor, milênios se passaram por baixo da ponte dessa palavra.

A ideia começou na antiga Grécia, quando pensadores chegaram à conclusão de que tudo o que existia na Terra era formado por uma combinação de quatro elementos:  água, fogo, terra e ar.

Quente, seco, úmido e frio se combinavam para formar os quatro humores, determinando o temperamento e, por consequência, a conduta do indivíduo. Os humores eram a bile, o sangue, a fleuma e a melancolia.

Até o século 19, as pessoas ainda eram descritas como pertencendo aos tipos coléricos, sanguíneos, fleumáticos ou melancólicos.

Bile ou cólera, de quente e frio. Sangue, de quente e úmido. Fleuma, de frio e úmido. Melancolia, de seco e frio.

Considerava-se que aquele em cujo temperamento predominava a bile, bilioso ou colérico, era irritado, irascível, vingativo, de pavio curto.

Quanto à cólera como doença, vem do sentido de “kholé”, explicando a bile como fluido corporal, já que um dos sintomas predominantes nela é a diarreia, que era atribuída a um desarranjo biliar.

A pessoa sanguínea era confiante, alegre e otimista.

O indivíduo fleumático seria quieto, parado, reagindo pouco aos estímulos externos, com certa inclinação para pouca inteligência. Atualmente essa palavra descreve um sujeito impassível.

Fleuma vem do grego “phlegma”, inflamação, de “phlegein”, queimar, relacionado a “phlox”, que significa chama, labareda.

Um indivíduo melancólico seria quieto, triste, retraído e rancoroso. Este termo vem do grego “melaine kholé, bile negra.

Humor vem do latim “umor”, sem o “H”, significando seiva de animal ou planta.

A letra H surgiu por uma associação com húmus, “terra”. Umor se relaciona com “umere”, estar molhado ou úmido. É por isso que úmido se escreve sem “H”.

Originalmente, o humor predominante era aquele que ditava as reações das pessoas. Ao longo da história, seu sentido mais comum se fixou nas reações divertidas, leves, positivas, ou seja, o velho bom humor.

A palavra temperamento vem do latim “temperare”, misturar. Os antigos diziam, que a saúde de uma pessoa resultava da harmonia entre seus humores.

Conte uma piada para sua doença. Se ela rir, você está curado.

João Evangelista Teixeira Lima é clínico geral e gastroenterologista

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